terça-feira, 28 de junho de 2011

Encontros na Padaria

Pensando no sabor dos suspiros do Mei Ji (uma lojinha que tinha no Leblon duas décadas passadas, não me recordo se a grafia era esta. Ficava ali na Ataulfo de Paiva entre João Lira e Bartolomeu Mitre) e, por estas coincidências, aconteceu algo que cada dia é mais raro. Encontrar ex amigos perdidos para o tempo. A culpa de não mais se repetir estes encontros inusitados? Das redes sociais. Pois mesmo que não queira, ou não adicione, vemos os amigos e amigas que não mais encontramos. Acompanhamos sem surpresas seu envelhecimento.


Encontrei esta amiga. Ela em trajes quase "chassídicos". Soube que ela esta morando fora do Brasil. Preferi não entrar em detalhes. Talvez pelo protocolo da intimidade perdida. Ela disse que eu estava muito bem. Eu retribuí o comentário. Falamos de filhos. Ela 3 a 1 comigo. E de como o tempo voa. Ela me falou que se lembrava muito de mim com a mesma música, (que eu confesso não lembrava do fato) , a do Richie Havens. Agradeci. E por educação, também lhe dei uma música de presente. A da banda que ela era alucinada. Madness. Ela se emocionou com a minha lembrança. Falei para não se emocionar, pois minha memória se lembrava até do suéter verde que seria conveniente não lembrar. Ela riu com os olhos. Fez o olhar fugidio, arisco e olhou para o chão. Por um instante ali estava a adolescente do passado. Não trocamos telefones. Nem email. Nem profile de Facebook. Trocamos apenas canções. Peguei a Focaccia. E segui. Como se encontrar com ela fosse a coisa mais natural do mundo.


Um encontro fugaz. Meio túnel do tempo. Com gosto bom e doce como os suspiros que eu estava pensando.



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