sábado, 11 de agosto de 2007

Domingo em Copacabana - Pais protestam para ver filhos


Grande parte das manifestações de rua são sem resultado ou apenas enfadonhas. Poucas empolgam de verdade como um trio elétrico. Mas esta, que vai ocorrer neste domingo de Dia dos Pais, na Praia de Copacabana- altura do Posto 3- ao menos tem um sentido interessante.

A história de deixar a guarda dos filhos sempre com as mães, como quase uma regra definida, é algo antiquado como o machismo. É de um tempo que as mulheres ficavam em casa. E ter este comportamento como padrão, no século XXI, parece que o mundo não evoluiu.


Inspirado no movimento inglês Fathers4Justice, a manifestação vai tentar chamar atenção para esta questão. E tentar facilitar que pais estejam mais presentes na vida e na criação de filhos após separação.

Realmente se abrimos mão de determinados comportamentos antiquados, este é mais um conceito que devemos rever. Ou ao menos refletir. Pai não substitui mãe e mãe não substitui pai.Mas em alguns casos as crianças se tornam orfãs de pais vivos, em casos por caprichos e mágoas de ex mulher. E garantir sempre, como se fosse uma regra jurídica, que filhos devem ficar com as mães fere mesmo a modernidade e a isonomia.

As mulheres lutaram e conseguiram seu espaço. Nada mais justo que os pais façam esta luta agora.


A manifestação acontece entre a Hilário de Gouvea e Paula Freitas, das 8 às 13 horas.


sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Barrichello e Los Hermanos


Eu estabeleci um critério pela boa convivência. Não critico gosto musical. Mesmo porque finalmente tracei uma linha que existem 4 tipos de música e aí e encaixam todas:

-Músicas boas que você gosta.

-Músicas boas que você não gosta.

-Música ruim que você gosta.

-Música ruim que você não gosta.

Com estas 4 simples definições, todas as músicas, independente de gêneros, se encaixam.

Mas existe algo que ainda me incomoda. A estética e a atitude representada por alguns grupos de música. Como o sertanejo “country” que muito pouco tem de Brasil. E, no caso do Rio de Janeiro, a estética derrotada do Los Hermanos e similares. Me soa falso.

O Los Hermanos são uma espécie de primos do Rubinho Barrichelo. Ele poderia tranqüilamente fazer parte da banda. Em visual e atitude. Se colocar uma barba no Rubinho ele vai direto fazer parte da banda. Ele é a cara dos Los Hermanos.

Eu nem discuto o fato das músicas do Los Hermanos serem chatas ou mal cantadas. Isto é uma questão de gosto e eu respeito até quem gosta de Gizele Madoninha. O pior do Los Hermanos é o que eles representam. Na cara de cada um vem escrito “Nós somos loosers e nos orgulhamos disto”. Não falo dos figurinos, isto eu não sou nazista de reclamar das barbas sujas e mal aparadas e dos cabelos ralos e com cachinhos, ou o visual "sou amigo do seu Madruga". Isto é uma estética que estudantes de comunicação acham legal e eles se vendem para este público. O que é louvável como produto de consumo. Com um "bom mocismo" fake que me parece sempre pernóstico e de uma vaidade dissimulada.

Mas o Los Hermanos representa aqueles quem tem orgulho de serem perdedores. Orgulho da inação. Como aqueles caras que não tem coragem de se lançar para ganhar uma menina bonita e interessante e acabam por se contentar com uma Ana Júlia. E chamam de musa. E com ela fizeram seu maior sucesso popular.

Pela musa da banda, vê-se o que eles representam.

Sei que pode ser um choque de gerações, eu passei dos 30. E talvez os mais novos gostem deste estilo maltrapilho que não tem nada com o Rock. Mais parece uma sub MPB. E sem vontade de mudar, de fazer algo novo. De tentar ser jovem. Ser forte. Contestar ou aproveitar. Isto é o que se espera de uma juventude. Conteste e Lute ou se deleite. Agora culto a derrota, me poupe.

O respeito ao diferente deve ser uma tônica de nossa sociedade. Claro que não iremos espancar pessoas vestidas de Los Hermanos, mas realmente, tenho o direito de rir de um som chato, mal cantado, que na verdade é uma representação daquelas coisas deploráveis que tocaram nos anos 80 como Boca Livre, 14 Bis, Osvaldo Montenegro e outros menos detestáveis.

E que para completar é a cara do Rubinho Barrichello.


quinta-feira, 9 de agosto de 2007

"Blow up"


Com a morte de Antonioni , tive a certeza tardia, que os charmosos e contestadores anos 60, realmente acabaram. Fidel, mesmo com sua importância histórica, tenta lutar ao invés de parar. Mas envelhece assustadoramente e desperta comiseração. Caetano, mesmo com todo carinho da mídia, definha em praça pública, por vaidade, sem se entregar. Ou ao contrário?


E Blow up!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Livro da semana -Da Janela vê-se o Redentor


O livro do fotógrafo Zeca Linhares é imperdível. Texto do Dapieve mostrando o "ser carioca", "procurar o Cristo na Janela" define bem o livro.
São imagens particulares do Cristo Redentor da janela de diversos pontos da Cidade. Seja de um carro na Linha Vermelha, seja de um apartamento em Botafogo, uma casa em Santa Teresa...

E como o Corcovado ficou na moda com a eleição, vale mesmo ter em casa.

E já que é um livro baratinho, umexcelente presente para pão duro de plantão.

Barra da Tijuca - Pertinho do Rio de Janeiro


A Barra da Tijuca até que se esforça. Mas ela não consegue fazer parte do Rio. Cidades independentes e vizinhas, como Recife-Olinda ou Vitória-Vila Velha, parecem ser mais próximas que a Zona Sul e a Barra da Tijuca.

Não se trata de um preconceito com os emergentes. Se nos anos 90 eles causavam algum incômodo com suas festas para cachorros e tapetes persas cortados nos carros, hoje, no esquecimento, eles foram apenas celebridades instantâneas coletivas. Não incomodam mais. E vivem ostracismo dos ex Big Brothers.

A culpa não é da geografia ou do Plano Lúcio Costa. Por mais que pensem que os prédios da Barra não tenham a cara do Rio, decididamente não é isto. Tudo bem que a ausência de esquinas tira uma das características do Rio, seja Zona Sul ou Zona Norte. A esquina, o boteco, a banca de jornal. Apesar que alguns botecos hoje vão se transformando em pés limpos para happy hour da galera. Mas o popular botequim, aqueles plantados nas esquinas, seja do subúrbio, seja de Copacabana, parece que na Barra inexiste.

A Barra também não é distante do Rio pelo cheiro de peixe frito nos quiosques da praia. Você sai para correr ou caminhar e sente o aroma de peixe frito.

Então o que faz a Barra ser algo diferente do Rio como Niterói? O que faz são as pessoas. Na Barra as pessoas se arrumam para ir ao Restaurante.

Na Barra existe a maior quantidade de mulheres suecas trangênicas, leia-se louras de farmácia.

A água da Barra deve alisar cabelos, como tem mulher de cabelo liso por lá.

Na Barra se tem a maior quantidade per capita de silicone.

Na Barra se encontra o maior número de mulheres com botox.

Mas a Barra tem seu mérito. Ela descriminalizou a ida a churrascaria com uma namorada. A Barra fez um traço de união entre zona norte e zona sul. Onde não tem nenhum inconveniente o filho de um banqueiro –de banco- ser vizinho de um dono de ferro velho. A Barra pode ser estranha, mas ela é democrática. Por isto, que apesar de tudo, a gente sorri. Pois que lugar do mundo pode ser tão agradável com verde, com mar limpo e vias outrora expressas. A Barra é excelente. E o melhor: é Pertinho do Rio de Janeiro.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

The Voice - Madeleine Peyroux


Volta e meia vem um novo nome que dizem ser a nova diva. A nova Billie Holiday. Se ela é a nova Billie não dá para saber, mas com certeza é uma diva. Mesmo caindo na tentação das boas intérpretes-de tentar emplacar algumas composições suas- o CD não desafina e é excelente. A cara de um dia em paz. Vale conferir.

Perfeita.

Veja ou MP?


Ok, ok... Renan fez o expediente padrão de político acusado: atacou a imprensa.


Que a imprensa faz um trabalho exemplar na democracia ao usar sua influência, sim já foi época que meio de comunicação vendia informação pura e simples. Hoje se vende influência e credibilidade. E neste admirável mundo novo, viva a imprensa, mais quarto poder do que nunca.

Mas a Veja num rompante de megalomania soltou ontem a noite uma nota que diz o seguinte:

“VEJA investiga, apura e denuncia tudo o que prejudica o Brasil e os brasileiros e pretende continuar fazendo isso."

Bem isto eu achei que quem faz é o Ministério Público.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Completando o post Segunda/Lundi


Recebi agora a tarde esta foto de um leitor- JC Moura.

A foto é de autoria do Zeca Linhares. Um talentoso fotógrafo que tem uma alma super carioca.

A imagem parece algo retrô no clima mesmo do que eu falei/escrevi mais cedo. De uma manhã parisiense pelas ruas de Santa Teresa. Aliás, "just Santa" como pedem os íntimos.

Lula pode conquistar a Classe média


Lula continua com os 48% de aprovação. Dos mais de 2000 entrevistados em 211 municípios foi este o resultado de pessoas que acham o Governo ótimo ou bom, segundo pesquisa do DataFolha.

A inteligentzia petista comemora e diz que Lula só é impopular na classe média.

Para conquistar a classe média, basta Lula seguir a sua cartilha de popularidade com o assistencialismo.

Um Bolsa Família de 10 mil reais por mês coloca gente que hoje lê o Mainardi como lulista roxo.

Se o Lula lançar o Bolsa Família Classe média- de 7 a 10 mil reais por mês, ele fica no poder por um bom tempo. Vai agradar os banqueiros como vem agradando. Vai agradar o pessoal do Bolsa Família e vai agradar a classe média. E a política e o País vai sendo pensado na base do tudo a um real. Ou 10 mil reais. É tudo realmente uma questão de números.

Segunda-feira, não . Lundi


Hoje o Rio de Janeiro estava parisiense. Pelo caos no tráfego, o caminho sensato de um morador da Barra, foi usar as Paineiras. Uma fuga sensacional.

Ao descer por Santa Tereza, rumo ao Centro, 17 graus de temperatura externa. Uma luminosidade de Paris. Talvez apenas poetas e fotógrafos entendam este comentário. E para completar, uns 5 automóveis da marca Peugeot dos anos 40/50 estacionado nas ruas. Para você se sentir numa foto do Robert Doisneau. Era um cenário absolutamente parisiense.

Completando este delírio, o Municipal, plantado na Cinelândia. Mas com sua fachada úmida e molhada, travestido do Palais Garnier, o popular L’Opera de Paris.

Bendito Rio de Janeiro. Chuva é água benta

domingo, 5 de agosto de 2007

Um domingo e 3 CDs




Gosto eclético sempre indica na verdade de nada gostar?

Talvez. Mas pensei que um domingo merece uma mistura sonora.
Ramones com a energia do ao Vivo na Espanha, o LOCOLIVE. Bob Dylan sempre eterno e com suas letras que fazem dele um dos maiores poetas populares do século passado. E Blonde on Blonde é um disco que bebe no blues mais básico como fonte. E o CD que considero uma obra prima da música popular. "As canções que você fez para mim". Maria Bethania canta músicas de Roberto Carlos. Até quem não gosta do Rei do Especial de fim de ano da TV Globo, costuma a se render a este disco.