sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A maturidade política

Esta eleição, sem grandes paixões, mobilizando mesmo os profissionais do setor e imprensa. Tirante a porcalhada das placas e bandeirasA dramaticidade eleitoral está baixa. Baixa demais. Além dos personagens mais sem graça numa eleição presidencial desde 1989. Como diria Lula "Nunca antes na história deste País se teve uma eleição tão xôxa."

A baixa dramaticidade se deve a vários fatos. Um em especial. Nosso amadurecimento democrático. Se um dos ítens da consolidação das democracias é a menor distância entre os players do jogo político, quando se tem um PSDB-PT que você só sabe onde começa um e termina o outro quando olha na lupa, isto esvazia a paixão. Cria uma massa social democrata única com pequenas nuances.

Dilma não é o Lula de 89. O Lula do Lulalá. O Lula do meu primeiro voto. O Brasil mudou. Se o PSDB obteve a estabilidade da moeda, o Governo do PT fez importantes avanços sociais. Temos práticas envergonhantes? Temos mensalão do PT e do PSDB? Temos apoios que envergonham os dois lados sob o pretexto do "política real". Temos. Mas ainda assim o Brasil avançou.

O mérito deste grande avanço não é do PSDB ou do PT. É do povo brasileiro. É de um mercado potencial a caminho de 200 milhões de humanos. E num mundo em que se vira cidadão através do consumo, um país com o mercado interno de quase 200 milhões de consumidores, consegue olhos internacionais com interesse. Com desejo. Um país ocidentalizado. E onde no momento até mesmo a falta de ética e transparência podem ser interessantes para grandes economias ganharem dinheiro e gerarem dinheiro graças a este momento de transição de um subdesenvolvimento envergonhante para o Primeiro Mundo. Até lá ainda teremos escândalos que revelam o lado bom da transparência, antes a gente nem sabia. Mas com certeza as práticas envergonhantes não estão no DNA do povo brasileiro, mas sim em pouco controle e na máxima da "ocasião faz o ladrão."

O Brasil avançará e o mérito não será nem da Dilma, nem do Serra. Nem do Lula, nem do FHC. O mérito é de uma brava gente. Que trabalha. Que paga quase metade de tudo o que produz em imposto para "sustentar" um Governo. Seja tucano, seja petista. O mérito do Brasil entrar numa rota de crescimento não deve ser credito a ninguém da classe política. O mérito é nosso.
Se algum político tentar puxar para si este mérito, vaie. Quem merece o aplauso é o brasileiro comum.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Túnel do Tempo em Ipanema

Tem um Túnel do Tempo na Praça Nossa Senhora da Paz. E eu entre hoje lá.

Conheci uma banca de Revistas muito especial. De Revistas antigas. Fica na Nossa Senhora da Paz. Um verdadeiro túnel do tempo, justo na minha primeira praça de infância.

Acabei que me atrasei para um compromisso. Mas a causa era nobre. Vi revistas como Cruzeiro, Esquire dos anos 60(para os diretores de arte obrigatória), Veja das décadas de 70 e 80. Um passeio sem nostalgia ou saudosismo, mas com um delicado prazer.

Adda recebe as pessoas com o carinho de quem te recebe em casa para beber um chá. Se ela colocasse chá na Banca, seria um local mais concorrido que Starbucks.

Para meu carioquismo, uma vergonha. A Cena Muda existe tem mais de 5 anos. Tem 2 anos de Praça Nossa Senhora da Paz. E só descobri hoje. Literalmente antes "a tarde" do que nunca, com perdão do trocadilho.

Diretores de arte, produtores ou meramente curiosos devem conhecer A CENA MUDA. Fica na Visconde de Pirajá/Praça Nossa Senhora da Paz, quase esquina com Maria Quitéria. É uma viagem no tempo. Altamente recomendável.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Lideranças religiosas

Quando o Sobel foi preso nos Estados Unidos roubando gravatas, um rabino que tenho grande carinho, me trouxe uma "moção" para assinar em "defesa do Sobel". Categoricamente me neguei. Disse que era um absurdo. Não por ser o Sobel um homem que ganhava na época mais de 20 mil dólares para ser o Rabino de São Paulo. Mas por ser um Rabino. E por ícone quase que o símbolo dos Rabinos no Brasil. No judaísmo o rabino é bem mais que um simples líder religioso. E por mais que Sobel tenha tido um papel decisivo na democratização do Brasil, aquela história de furtar gravatas - todas caras e de griffe - foi uma vergonha histórica que não deve ser esquecida.

Agora veio o padre da Igreja Nossa Senhora de Copacabana. Era o responsável pelas contas da Igreja. O "ecônomo" da Cúria. Mosenhor Abílio foi pego com 53 mil Euros "na cueca". Ele embarcava com 53 mil Euros sem declarar. Disse que eram as economias pessoais. Mas levar esta quantidade de economia só justifica se ele tivesse uma família grande em Portugal. Tipo com filhos e netos. E pelo o que eu saiba padres católicos não podem ter filhos e netos.

Aí nós vemos que o que está em crise não é a classe política ou a classe religiosa. O que acontece hoje é que graças a trasparência e a imprensa os fatos aparecem. E assim caem os mitos e vemos como ruim ou bom pode ser a humanidade. No coletivo e no caso individual.