sábado, 21 de julho de 2012

Um ídolo feliz e leve



O Botafogo é uma instituição carioca e um dos maiores times da história do futebol mundial. Sim, onde Didi, Garrincha e Nilton Santos jogaram, é um campo santo. Isto ficando apenas num triunvirato dos gênios do futebol mundial.

Mas o Botafogo carrega com ele o "botafoguismo", onde mais importante que a vitória, é o reclamar após o jogo que foi roubado. Sim, pois o Botafogo não perde. "Ou ganha ou é roubado". Palavra de botafoguenses de todas as idades.

Botafoguense sabe a escalação do time Vice-Campeão de um turno na década de 70 e ainda cita o erro/roubo do juiz que aconteceu naquele fatídico jogo, mesmo que o mesmo tenha acontecido numa chuvosa quarta-feira. Se o erro ocorreu ou não, não precisa, afinal para um botafoguense de verdade, o Botafogo não perde por vias normais.

Da mesma forma que acredito que Zico e Garrincha foram ídolos diferentes de suas torcidas. O Gênio das pernas tortas tem uma história tipicamente rubro negra, brasileira, ao passo que o Galinho de Quintino tem a cara do Botafogo. Zico com seus pequenos dramas e grandes injustiças é a cara do Fogão.

Agora chega o risonho, feliz e aparentemente leve Seedorf. 

Como o Flamengo teve uma eleiminação digna de Botafogo na Libertadores, (aos 47 do segundo tempo com gol em outro jogo - Veja aqui), o Botafogo ter um craque que é a cara do adversário é plenamente normal.

Seedorf já contaminou positivamente o ambiente do Botafogo e do futebol brasileiro. Agora se o craque, que foi capa de video games no seu auge, vai responder em campo, é uma aposta. Futebol para jogar este Brasileiro ele tem.

Ficamos na torcida. 

Independe de Clube. Parabéns ao Fogão. Pela aposta e por ter feito a contratação mais midiática do ano.

E como o cara parece ainde ter bola, não ficando apenas no critério de factóide para imprensa, sei não, mas Bota se junta ao grupo que vai brigar por título de verdade.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Argentina-Brasil

O fato de preferir o Maradona ao Pelé não me faz menos brasileiro. Sou apaixonado por esta terra. Mas também não nasci com o sentimento anti-argentino que, talvez por atavismo, exista em muitos brasileiros.


Mas a Argentina tem algo que nos supera. E não falo de duas medalhas olímpicas do futebol.(Sim, no futebol para brasileiros e argentinos só vale o ouro). Muito menos na maior vitória épica por equipes, que foi a conquista no basquete sobre os auto proclamados hegemônicos norte americanos. Também não precisamos invejar os argentinos no cinema. Os seus filmes, com muito menos investimento de governo, tem Oscar na prateleira. Muito menos que eles já conseguiram Prêmio Nobel. O mais perto que chegamos foi a conquista de Peter Medawar, que nasceu em Petrópolis, embora não tenha sido educado ou vivido por aqui.


Os argentinos tem algo de louvável, além dos alfajores e do Gardel. (ok, alfajores são uruguaios e Gardel é provavelmente francês). O que de tão louvável eles tem? A sua história. Os julgamentos dos militares envolvidos com as atrocidades cometidas durante o Regime Militar foram exemplares. Não teve clima de revanchismo. Nem ânimos exageradamente exaltados. Foi com a calma de quem estava fazendo algo correto. E não "jogando para a platéia". 


Então mais que Prêmio Nobel, Oscar, Medalha Olímpica do Futebol ou do Basquete, a dignidade da história de um País que viveu uma das poucas, talvez a única, ditadura sem nenhum respaldo popular, merece ser vista. E aplaudida.