sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Contagem Regressiva

Em poucas horas muda o ano. Lula sai dos jornais para entrar na história. Sem tiro no peito, mas com a certeza de ter tido muito mais acertos que erros.

Lula, sem entender da cartilha da esquerda, conseguiu levar muito mais justiça social. Usando o lulês: "menas injustica". Isto até mesmo o mais ferrenho tucano tem obrigação de concordar.

Lula, sem nunca entender o que era a turma de Chicago ou saber exatamente o que Keynes queria dizer, fortaleceu o estado e a economia.

Lula, sem ter o domínio do partido, da inteligentzia, conseguiu até mesmo "fritar" postulantes ao cargo nos momentos certos, que digam Zé Dirceu e Palocci.

Teve sorte? Com certeza. Já dizia Nelson Rodrigues que "sem sorte você não atravessa a rua que é atropelado pela carrocinha de sorvete". Mas não foi apenas isto. Lula teve méritos sim.

Carisma, sorte, ego, vontade de acertar e vantagem de ser o produto exato. Por mais que fosse caricato - conseguiu aproveitar isto a seu favor. Sua imagem de metalúrgico, de líder popular, passar esta imagem da nova democracia e com isto, até Jogos Olímpicos vieram. Na base da Lei de Cotas, mas vieram. Um caricaturismo de resultados. Pois imagine um Presidente Louro de Olhos azuis dizendo "Para os outros Países pode ser mais um evento. Para o Brasil é uma oportunidade única." Ali ele conseguiu dar o lastro "ideológico" e popular para decisões que são tomadas com muito mais interesses econômicos e práticos. Mas Lula usou as palavras certas. E saindo de sua boca, elas tiveram muito mais valor.

Lula pegou uma estrada, que um Professor Universitário pavimentou. Sim FHC tem seu mérito, apesar do PSDB não entender este papel e com isto vem se apagando na história. Como estudioso das ciências sociais, os jornais são uma excelente matéria prima. E nos jornais, por oito anos, parece que o Brasil teve o Golpe de 64, os anos de chumbo, um período confuso e que veio o PT e resolveu tudo. O PSDB, por uma miopia ímpar está se apagando. Deixando que seu valioso papel na redemocratização do Brasil desapareça.

Lula soube aproveitar um congresso com vontade de business. Um congresso que cada dia fica mais pragmático e menos ideológico. Com menos vontade de debater, de legislar e mais vontade de compor.(seja lá o que esta palavra signifique). A verdade que Lula soube navegar. Colocou as velas a favor do vento. E fez um bom governo.

Agora é esperar para que o ego, o carisma, a popularidade e sorte sejam uma bênção e não um problema. Pois saber o papel de ex presidente é algo que a recente democracia brasileira deve aprender. E neste ponto o vaidoso FHC sempre se comportou como um Lord. Que Lula tenha com Dilma a mesma grandeza de entender sua dimensão. Ele não tem a "caneta", mas pode ser hoje uma personalidade mundial mesmo sem a Presidência.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Roberto Carlos em Copacabana

Entendo a revolta de parte dos moradores, a sensação de estar em "estado de sítio". Afinal, hoje ninguém entre no bairro a partir das 15 horas. Motivo, o mega show de Roberto Carlos na Praia de Copacabana.

O "estado de sítio" para o Reveillon, evento que carrega mais de 2 milhões de pessoas para um bairro já super povoado, é plenamente aceito. No começo reclamaram, mas agora é compreendido.

A grande reclamação nas ruas é que hoje é um dia de "deslocamentos". Faz sentido. Da mesma forma que faz sentido entender que quando se mora em um cartão postal, como no caso este bairro louco e decadente, tem algun ônus. E este é um deles.

Então, com aplausos ou apupos, cabe a compreensão, este bairro é uma dádiva para toda a Cidade e para todo o Brasil. E para aqueles que se sentem "invadidos", resta a música do Ultraje.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Popularizacão da Lichia


Nos anos 90 ela era cara e exótica. E eis que agora ela é encontrada nas ruas do Centro do Rio. Vendidas no lote de 2 ou 5 reais, ou com direito a prova 0,50 cada. E o Lula não tem culpa ou mérito por isto. Foi uma decorrência natural.


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Copa do Mundo 2010

Por encomenda, escrevi um artigo sobre a Copa de 2010-Retrospectiva. Queriam a visão de um brasileiro. Em resumo, com total sinceridade, este foi o Gol mais empolgante. E o mais frustrante não foi a eliminação de um time de camisa Amarela que usava o nome de Brasil, mas o fato do time da Africa do Sul não ter avançado mais longe no torneio.
Foi uma Copa sem graça em Campo. Mas fora dele, os africanos deram um show que caberá aos brasileiros superar. Pois dentro de campo, vencer a Copa 2014 é obrigação de Ricardo Teixeira e quem estiver no cargo de treinador. O difícil vai ser superar a alegria dos africanos. O único parabéns deste Copa é para eles. Que me desculpe a vencedora do torneio, a Espanha. Mas o que ficou de marcante é que foi a primeira Copa sem a presença do Brasil. Pois, definitivamente, aquele time não era o Brasil.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Post Poético de Verão


Na minha Cidade o Mar
se funde
ou confunde
com o
Céu








Rio de Janeiro, Primeiro dia do Verão 2010/11

Vem chegando o Verão...

Hoje começa o Verão por aqui. Evidente, que o Inverno no hemisfério Norte. Evidente. Mas todo Verão me remete a Europa. Em especial os anos pares.

E não teve Verão na Europa que esta música não tivesse tocado ao acaso, em algum momento marcante. De súbito : Veneza, Roma, Madrid, Canárias, Lisboa, Marseille e até em Londres.
Acredite, me fazia feliz pra caralho. Lembrava do meu cachorro jogando bola comigo. Lembrava de domingos. E ninguém ali nem sabia. Se achava parte de tamanha felicidade. Eu fingia. Deixava que assim fosse. Mas minha felicidade era a minha lembrança. Era o meu cão. A felicidade era só minha. Era deliciosa. Era sozinha. Era egocêntrica. Era eu mesmo. Era saudade.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Botox e Silicone - Você precisa saber quando parar

As pessoas dizem que usam a plástica para ficarem melhor com elas mesmas. Mentira. Elas usam pois esta coisa vicia mais que tatuagem ou comer chocolate. Assim, homens, ao invés de malhar, resolvem na base da lipo. Sem preconceito, isto não é coisa de preguiça ou metrosexual, é papo de fresco mesmo. Fora os que resolvem fazer "gominhos" de silicone na barriga. Aí não tem perdão e merece apanhar mesmo como num corredor polonês.


Já as mulheres, meu Deus, o que faz mulher jovem, quase pós menina, de 27 anos fazer botox? Para que?


Aí começa a mexer. Encontra uma sociedade de consumo que quer vender. Serviços e Produtos. Médicos pouco sérios. E tome venda. E puxa, estica, ajeita e piora. Os médicos que cuidam de estética estão no fenômeno "Doctor Ray". Tudo começa a se transformar em decorador. Não que seja errado ser decorador, mas o nosso corpo deve ser tratado com mais seriedade e menos futilidade.


Sou plenamente favorável as pessoas ficarem bem consigo mesmas, mas sem entrarem nas paranóias. Existem pessoas que fazem boas plásticas? Evidente que existe. Mas cada dia que passa a boa plástica tem se tornado exceção que confirma regra. E da mesma forma que não é legal alguém se largar por completo, não é aceitável que alguém fique tão escravo da futilidade. Tão Los Angeles. Carne, Osso e Silicone. Como dizia a música do Inimigos do Rei "Macho com cara de Luma de Oliveira". Em resumo, o padrão estético do silicone não é natural. Não é para agradar homens heterosexuais, mas sim aqueles que gostam de travecos. Depois de deixarem as mulheres magras como cabides, aqueles que tem raiva das mulheres, querem transforma-las em travecos. Só pode.


Mulheres são como pizza, até quando é ruim é bom. Ou seja, menos futilidade. Quando der vontade de fazer um botox, leia um livro. Deu vontade de fazer uma plástica, uma hora de natação e uma de corrida. Menos bebida, menos hormônio, menos maquiagem e mais vida. Mas cuidado, afinal para esta gente sorrir deve dar ruga. 


O Ministério da Saúde tem que lançar uma campanha: Botox e Silicone, você tem que saber quando parar.


Agora sobre as rugas, fazer Botox não te deixa mais jovem. Apenas sem rugas. Como se fizesse um Photoshop no rosto. Em breve ter uma ruguinha aqui ou acolá periga dar uma idéia de mais jovem. Ou ao menos menos preocupado com os excessos da fútil pressão estética.


Eu gosto da mulher que se cuida. Se trata. Mas sem os exageros. Elas não precisam. Quem inventou isto foi realmente alguém que não gosta de mulher.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Domingo distante

O Charuto. A Guiness.
O azul do céu. A trilha -Trini Lopez,UB40 e Van Halen.
O cheiro do tempero da comida.

Me levaram para longe.

Tava amarradão no Marais. E era Verão.

Até a des Vosges eu desenhei no Moleskine.

O Rio hoje tava meio assim, Verão disfarçado. Dezembro não assumido. Estranho. Não gosto do Rio enrustido.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Dezembro


A quantidade de eventos em Dezembro é um absurdo. Parece que concentram em um mês tudo o que ficou reprimido em uns 6 meses. Impossível realizar agenda e horários impunemente. Mas este domingo, vencerei a preguiça dominical e irei prestigiar minha querida Eliane Furtado. Mais um livro. Sem julgar um livro pela capa, gostei do tema. E lá estarei no Museu da República, na manhã dominical. Não tão manhã. Mas extremamente letárgico como domingos de dezembro.
E aproveito e noto, toda vez que passo, o Museu da República fica de costas para a Orla. E de frente para a Rua do Catete.

domingo, 5 de dezembro de 2010

O Fluminense

Nasci numa família "Flaminense". Avô dirigente do Tricolor. Pai representante do Flamengo na Federação. Tenho foto com camisa do Flu no título da Máquina. No primeiro Fla Flu, eu com uns 4 anos, massacre tricolor. E eu berrei "Mengo" ao lado de toda diretoria do Flu. Tive pena. Ao escolher um time para incomodar a todos, escolhi o Bangu. E de torcedor, fui até Vice Presidente do Bangu. No factóide memorável de 99. Sim Bangu foi Campeão em 33, 66. Garantimos que ele seria campeão em 99. Levamos Renato Gaúcho a Moça Bonita. E ganhamos páginas de jornais. Mas o título garantido por Nostradamus, não veio em 99.

Eu não consigo ter nem uma ponta de raiva naquele título roubado no Flu e Bangu. Minha raiva foi diretamente resolvida com o juiz trapalhão dos anos 80, Jose Roberto Wrong, digo, José Roberto Wright. Um erro que manchou sua história, não marcando um penalty claro e cristalino em cima de Claudio Adão no últino minuto de jogo. Ok, o Monza dele teve suas consequências no estacionamento do Maraca. Os seguranças do Dr Castor protegeram os meninos que desopilaram o fígado diante de tamanha safadeza. Já em 2002, bem, até hoje eu tento entender o que foi marcado para anular o Gol do Eduardo(goleiro) de cabeça contra o Flu. Foi realmente um daqueles absurdos vergonhosos do futebol. Esqueceram de falar que o título de 2002 estava no regulamento: seria do Flu.

Avô dirigente. Primeiro estádio que coloquei o pé foi o do Flu. Primeiro treino que assisti foi do Flu. Hoje casado com torcedora do Flu. Pai de torcedora do Flu. Cada dia que passa meu carinho pelo Flu aumenta. Ok, o Fluminense tem um patrocinador que lembra a forma que o "Patrono" do meu time colocava dinheiro e fazia o Bangu ser grande. Ainda assim que uma Cooperativa, coloque dinheiro e ninguém do MP ou Imprensa resolva pedir luz no contrato entre o patrocinador e o maior devedor dos grandes Clubes Brasileiros, ainda assim com esta perigosa falta de transparência, eu tenho um carinho enorme pelo Flu.

O título de hoje, começou num sensacional escape de um, quase certo, aliás de mais um quase certo rebaixamento ano passado. Ano passado foi épico. O título este ano, foi mera consequência. De parabéns estão todos os tricolores. O competente Muricy.(Que diga-se de passagem ficou bem mais simpático no Rio). E agora vocês tem que comemorar. Sem bairrismo, depois de tanto tempo sem ganhar Brasileiros, o Rio de Janeiro consegue dois títulos seguidos.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Pesquisa BandNews

Na conversa de sexta-feira na BandNews com o Rodolfo Schneider, falamos sobre a invasão ao Complexo do Alemão. Na ótica do cidadão comum. O clima é positivo. Antes de criticar a sociedade, que queria ver a barbárie da execução sumária por parte da Polícia, devemos entender que esta sociedade clama por um sentimento inevitável de vingança/proteção. E quando os ataques contra a socidade vieram no "coletivo", os bandidos acabaram por se jogar no "clima de guerra" Sociedade contra Bandidos. E assim, como nos filmes, eles chamaram para si o título de vilões. Não culpemos a Sociedade. Ela está sob estresse. E quando a mesma foi atacada nas Instituições, no coletivo, os bandidos a uniram contra eles. No mesmo coletivo foi dada a resposta. Ou seja, mesmo que não aceitável, é compreensível.

Pergunta 1
O Sr(a) soube ou viu as imagens dos bandidos fugindo do Complexo do Alemão filmados pelo helicoptero?

SIM 72%
NÃO 17%

NS/NQO 11%




Pergunta 2
(Somente para quem respondeu SIM a pergunta 1)

311 entrevistados/ base

O Sr(a) acha que os policiais deveriam ter atirado nos bandidos que estavam fugindo?

SIM 74%
NÃO 11%

NS/NQO 15%


Pergunta 3
O Sr(a) aprova a atuação das Forças Armadas(Marinha) na invasão ao Complexo do Alemão?


SIM 87%
NÃO 04%

NS/NQO 11%




Pergunta 4
O Sr(a) acredita que se a Polícia e as Forças Armadas saírem do Alemão os bandidos retornam ou eles foram expulsos de vez?


SIM, Se saírem de lá os bandidos vão voltar 75%
NÃO, Agora eles foram expulsos de vez 12%

NS/NQO 13%

Objetivo:
Levantar junto a eleitores da área
de estudo a percepção diante da "invasão do Alemão"
Local: Município do Rio de Janeiro
Período do Campo:
30 de novembro e 01 de dezembro 2010
434 entrevistas

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vence o Fluminense

Amanhã tem Eleição no Fluminense. Eu nunca peço votos de forma vazia. Mesmo porque aacredito na capacidade de escolher do eleitor, ainda mais o eleitor com a fidalguia tricolor.

Acredito, com toda clareza, que Julio Bueno é muito mais capaz para gerir o Fluminense nos próximos anos. Note o muito mais. Não é um exagero elogioso a um amigo, o qual já tive o prazer de trabalhar e participar de um Projeto que foi um Case- "A Modernização do Inmetro". Mas uma constatação quando comparamos os dois candidatos. Julio Bueno tem Currículo, tem história de quem já foi Presidente da Segunda Maior empresa do Brasil - BR Petrobras - e aliado a esta capacidade de gestão, testada e comprovada, tem uma paixão tricolor que sempre testemunhei. Sim o cara é meu amigo. Não nego, nem escondo. Mas pediria voto para ele mesmo que não o conhecesse. Por razões que sempre pautaram minha vida, e uma delas é não contrariar a lógica e torcer para o mais capaz, para o merecedor. Pela lógica, pelo mérito e pelo Fluminense. O voto de qualidade é Julio Bueno.
Peço voto para Julio Bueno com a titularidade de pai de uma "tricoloura" e neto de ex dirigente. E peço como quem, de coração aberto, sabe que o melhor para transformar o Fluminense é Julio Bueno da Transforma Flu.
Link Mas se ainda assim você tiver dúvidas, assista o debate e faça você mesmo sua escolha.

Debate candidatos Fluminense Jornal Lance!

domingo, 28 de novembro de 2010

UPP e o Planejamento das Atividades

Os bandidos precipitaram uma situação. O cronograma (inteligente diga-se de passagem) da Segurança Pública no Rio de Janeiro estava preocupado em fazer um cinturão na Zona Sul e Tijuca com intuito de viabilizar Copa do Mundo (2014). A idéia seria fazer este cinturão na Zona Sul,Tijuca e proximidades do Maracanã. Assim o primeiro evento estaria garantido. No momento seguinte, partir para o que faltasse. E aí seria a vez do Alemão. Sem dúvidas. Agora é sentar e refazer os planos. Já que a ocupação do Alemão gera a necessidade de um efetivo tão grande quanto o usado em todas as UPPs somadas.

UPP foi uma das maiores conquistas do ponto de vista conceitual desde o Projeto dos CIEPs. A vantagem é que a UPP tem a aprovação de toda a Sociedade, exceto dos que estão a margem da mesma. UPP policia e leva presença do Estado. Recupera locais onde o poder paralelo se fazia de Estado. Crime? Drogas? Sempre existirão em todas as grandes Cidades do Mundo. O que não podemos aceitar é a existência de um poder paralelo gerado pela ausência do Estado e por políticos oportunistas que conseguem extrair votos destas comunidades. Note que milícia, tráfico tem a mesma origem: ausência do Estado. Como são os Centros Sociais, boa parte feitos com dinheiro de ONGs(financiados pelo Governo) e utilizadas por políticos para garantirem suas eleições quase que chantageando a população com o discurso "se eu não for eleito, terei que tirar o Centro Social". Como se ele fosse um cara legal de fazer aquilo que o Estado não está fazendo. Repito, o Centro Social é tão nefasto quanto o tráfico e a milícia e merece uma atenção. Uma auditoria. Uma grande matéria na imprensa. Ver quem se aproveita do Estado omisso. Listar e apresentar. Pois no fundo no fundo, político que tem Centro Social não deve gostar do Projeto da UPP.
A sociedade se uniu. A imprensa fez o seu papel e os Governos idem. No quesito comunicação/gerenciamento de crise o Governo do Rio até agora ganhou uma nota 9,5. Foi perfeito. Tranquilizou a população, usou as ferramentas das redes sociais, jogou luz e deu transparência aos fatos.
As Polícias ganharam com esta crise uma oportunidade única. Aumentou o grau de confiança nas instituições(Pesquisa a ser divulgada em breve demonstra isto). Tal qual aquele ideograma chinês, que nos seminários de marketing tanto insistem em mostrar, a crise gerou uma oportunidade. Oportunidade única de limpar a imagem de instituições. De resgatar a imagem da Polícia. Ou seja, estamos diante do que pode ser o tão esperado "turning point" de uma sociedade.
Só não podemos ser precipitados de "cantar vitória" antes do tempo. No Alemão ainda não vencemos nem uma batalha, quanto mais a guerra.

sábado, 20 de novembro de 2010

Trilha de um sonho bom

Quatro canções, lembranças da infância. Acordei de um sonho bom. E estavam tocando estas músicas. Link

Número 1.

Número 2.

Número 3.

Número 4.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Um post com trilha. Espanhola como a portuguesa deveria ser


Só para pensar em voz alta. Se Madredeus fosse espanhol? Se Manoel de Oliveira fosse espanhol. Se Cristiano Ronaldo fosse espanhol?
Todos seriam exaltados em seu País como um produto de exportação num status de Deuses. Exigiria-se reverência musical, um Oscar da Academia pelo conjunto da Obra e o outro seria comparado a Pelé. Nós lusitanos, e agora uso na primeira pessoa do plural, somos deveras exigentes com nós mesmos. Somos críticos. Pelo excesso de critério, talvez um tom blasé oriundo de uma música que não se dança, pois bem, lusitanos não nos damos o direito que tantos outros povos, de sermos, em alguns momentos, sermos um pouco, mas bastava só um cadinho auto elogiosos e auto indulgentes. Grandiosos além da sua próprio porporção. Como se ter 3 metros de altura e poder voar. Não no extremo quase que "marketeiramente". Como por vezes a imprensa espanhola faz uso para si, aquilo se confunde com a demagogia barata, mas no ponto certo de levantar a auto estima e exponenciar seu quase ídolos. Não Portugal não precisa comprar um livro de auto ajuda ou injetar Prozac na agua. Nem imitar Espanha ou Estados Unidos ou Brasil. Portugal precisa tirar este peso do excesso de critério das costas e deixarmos fluir a auto estima de um povo.
Não gosto quando chamam Portugal de pequeno. Principalmente quando tenho a certeza que o Brasil , só existe do tamanho que existe, graças a Portugal. Prefiro que Portugal seja tratado como único.

sábado, 13 de novembro de 2010

Preconceitos

A definição de preconceito, não aquele odioso e inaceitável que cria a discriminação, mas sim o da idéia concebida, por vezes sem nem mesmo uma análise pesssoal, mas sim uma impressão imprecisa, sempre me fez falar mal de Orlando. -Ok, ainda sim diversas e múltiplas vezes, estive aqui-. Mas o preconceito, que na verdade se configura quase como uma "injustiça" sempre vinha da falta de atividade cultural na Cidade.  Acusando a Cidade de ser um Parque Gigante, ou um mero aeroporto aonde as pessoas estão apenas de passagem. Pois bem, em Orlando eu vi um dos melhores shows que vi até hoje, o do Pennywise - que por sinal toca no Brasil em dezembro. E garanto que é imperdível. Outro , que vale o crédito a esta Cidade do Mickey, foi conhecer aqui Tommy Emmanuel, um cara que é mais que um virtuoso da guitarra. Daqueles shows que você sai e diz uma palavra : memorável. Hoje quem estava por aqui era o líder do  Jethro Tull. Mas desta vez, declinei. Depois de ter visto 3 shows do Jethro(2 no Brasil) me senti no direito de não ver o Ian Anderson e sua flautinha. Lamentei  mesmo ter perdido o stand up do Seinfeld. Este fica para a próxima, desta vez o Mickey, Hulk e até o Harry Potter ganharam do sempre oportuno nova iorquino.







domingo, 7 de novembro de 2010

Aonde? Como? Aqui?


Estou fora da Cidade, esta quem notou foi minha filha. Umas duas semanas que continua assim. 

sábado, 30 de outubro de 2010

Praia de sábado

Copacabana estava com uma luz que eu acreditava ser exclusividade de Lisboa. Dia nublado. Cinzento. Plúmbeo diria o pedante lírico. Mas a tarde cinza trazia um sol paradoxalmente presente. Na areia, bem próximo ao calçadão, diversos jogos de futebol davam um colorido especial. Remetiam a minha infância. A cara de dezembro se deu por completo quando entrava um vento forte. No Ipod, música de Natal. Fazia muito sentido. E não é novidade. Ouço música de Natal o ano inteiro. Na rua, só vi gente da Dilma. Se era vontade, amor, paixão, certeza da vitória, militância ou o simples fato da campanha de apelo mais popular, mais voltada para os mais pobres ser e estar mais rica e melhor resolvida que a do Serra, eu realmente não sei. Amanhã eu também voto. E voto na Dilma. Sem o entusiasmo do passado, mas com a sobriedade de que é o melhor para o Brasil. Voto na Dilma mesmo acreditando no valor fundamental e quase sacro da alternância de poder. Voto na Dilma mesmo que contrarie meus valores de "hay gobierno,soy contra" meu jeito "gauche" de ser do contra, de ser de oposicão, meu sentimento niilista. Sem empolgação, mas com coerência pelo Brasil. Voto na Dilma.
A trilha? A música que estava no meu Ipod. Clique e descubra.
E agora, enquanto escrevo estas linhas, depois do meu café e minha torta de chocolate,(quando suas manias se tornam preferências, você está maduro e passa a ter ritos e hábitos e não mais "manias") Chego em casa chego e sinto o cheiro sagrado de chuva.
Agua benta do meu sábado.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Pesquisa BandNews

Uma pesquisa leve, no clima de Sexta, ou como alguns preferem, Sex-ta.
Conversamos eu, Boechat e Rodolfo sobre o tema.
Lembrando que é um trabalho de percepção, que não significa que se traia mais ou menos no Rio, mas sim como o carioca vê a questão. Como ele se vê. Usando a frase do poeta curitibano, Paulo Leminski :"As aparências enganam, mas, enfim, aparecem, o que já é alguma coisa."


O Sr(a) acredita que possa existir amizade homem e mulher sem nenhum tipo de intenção além da amizade?
(tipo amizade sem chance de namoro, flerte ou sexo)

SIM 54%

NÃO 33%

NS/NQO 13%



Quem o Sr(a) acha que trai mais? O homem ou a mulher?

O Homem 56%

A Mulher 22%

Os dois, não tem diferença 13%

NS/NQO 09%




O Sr(a) acha que no Rio de Janeiro as pessoas traem mais que em outras Cidades do Brasil?
(apenas uma alternativa)

SIM 49%

NÃO 37%

NS/NQO 14%



Não o seu comportamento, mas os das outras pessoas, o Sr(a) acha que no Verão as pessoas são mais propícias a trair seus parceiros?

SIM, As pessoas estão com menos roupa, clima quente 44%

NÃO, Acho que no Frio se trai mais 17%

Igual, não tem diferença trai 28%

NS/NQO 11%

Objetivo:
Levantar junto a eleitores
da área de estudo opiniões
relacionadas a interesse sobre a fidelidade
Local:
Município do Rio de Janeiro
Período do Campo:
27 a 28 de outubro de 2010
550 Entrevistas

sábado, 23 de outubro de 2010

Eu gosto da Urca





















Hoje dei um pulo na Urca. Checagem de amostra de um job. Inevitavelmente me lembrei de um monte de coisas boas. Ali eu matava aula, desenhava, lia, escrevia e ainda jogava futebol na praia, quando futebol na Praia era chamado de "futebol de areia". Muito antes da globalização do Beach Soccer, com a inimaginável chancela FIFA. Pois bem, um dos passeios altamente recomendáveis, uma caminhada por algumas ruas da Urca. Para aqueles que gostam de turistar pelo Rio - até mesmo sendo cariocas - o equivalente ao "gourmet" do turista, gente que aprecia um roteiro diferente, tem sensibilidade, sem demandar algo absurdamente não convencional,bizarro ou pretensamente sofisticado. Apenas mais bem pensado e com leveza.
Sobre a Urca, ela, assim como eu, não mudou nada desde que eu me entendo por gente. Continuo usando All Star, ouvindo Ramones e Clash. Nem vejo o tempo passar.
Este post vai parar lá no blog Careeuk UK Rio, com um roteiro sugerido para "Urca a pé" e um mapinha devidamente bem feito.

domingo, 17 de outubro de 2010

Vá ao Engenhão, mas não me chame

Nos anos 80/90 tinha uma camiseta "Vá ao Teatro". O pessoal do Casseta&Planeta, na época eles eram engraçados-acredite, fez a paródia: "Vá ao Teatro, mas não me chame". Hoje o Engenhão desperta este mesmo sentimento. Vá, mas não me chame.
Não o culpe. O Estádio não é ruim.

Vi jogos de futebol em diversas partes do planeta. E volto a repetir. O Engenhão é um bom estádio, assim como Maria Rita é uma boa cantora, apenas são desprovidos de alma.

Já tive camarote no Maracanã, era um suplício para conseguir atender as demandas e os pedidos. No Engenhão, parece fácil. O carioca prefere ver em casa o jogo. Fiquei pensando nos motivos. O que faz o carioca amar o ir ao Maraca e desprezar o Estádio que a prefeitura cedeu com carinho ao Botafogo.

O Estádio não é ruim. A localização é próxima de toda a Cidade. Mas ainda assim o carioca não gosta. Nada muito difícil de entender quando se vê que não "venderam" o estádio para Cidade. Nem no "gueto" botafoguense, que amava o Caio Martins, em Niterói, com a intensidade de um botafoguense-poucas coisas no mundo podem ser tão intensas quanto um botafoguense. Eles tem a idiotia da paixão extremada e caricata, mas até para eles, que atravessavam a Ponte com o amor de um corno ouvinte de música sertaneja, até para eles, parece que o Engenhão não empolga.

Sugiro que a FFERJ(Federação de Futebol do Rio de Janeiro) urgentemente se reúna com a Prefeitura, com o Botafogo e com o Governo Estadual para fazer uma campanha gigante sobre o hábito de ir ao Engenhão. Não vai pegar do dia para noite. Nem deve ser algo similar a um estupro. Mas aos poucos vender o Estádio para os cariocas. Fazer com que os cariocas se sintam em casa no Estádio. Fazer com que seja um programa. Dinamizar as areas externas, combinar com as pessoas em um "novo Belini", e o mais simples sinalizar a Cidade para as pessoas verem como o Estádio é próximo, é fácil e sobretudo, que ele é carioca.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Leblon diferenciado


A foto pode parecer de um subúrbio, que de tão típico, parece de cenário de novela, mas não é. É no Leblon. João Lira com Humberto de Campos. E o bar, um autêntico boteco da esquina, tem o charme carioca do contraste. Que existe para o bem ou para o mal. No caso para o bem. Viva o Rio de suas deliciosas contradições.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Gostos de infância

Kadin e Sofia me trouxeram Marzipan. Amanhã é dia das crianças. Inevitável lembrança de quando eu era criança. O Marzipan foi minha "madeleine" na viagem, sem escalas, para minha infância. Sem nem tempo para pensar.Gostos que me o gosto do Marzipan me remeteu: Baunilha, Canela e Noz moscada. Juntas. Na "gemada". Páprica na carne, no goulasch.Suco de Uva. Cheiros que o gosto do Marzipan me remeteu: Feijão Refogado. Fracas. Pão Torrado. Músicas que o gosto do Marzipan me remeteu: Chove Chuva , Solo le pido a Dios, Debaixo dos Caracóis dos Seus cabelos.


domingo, 10 de outubro de 2010

Pelé ou Maradona?


Hoje é dia 10 do 10 de 10. No debate entre o melhor 10 de todos os tempos, Maradona ou Pelé, Pelé ou Maradona... Bem, aprendi que Religião nãose discute.
Today is 10/10/10. Pelé or Maradona? The best 10 of All times? Well, Religion not be discussed .

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Pesquisa BandNews

Realizamos esta semana uma Pesquisa Não Eleitoral. Algumas perguntas aqui no blog, demonstram que precisamos reforçar urgentemente as instituições, entre elas a Classe Política. Ela encontra-se em processo de divórcio com a Sociedade Civil. E pelo Brasil e pela democracia, sem bravata, precisamos sim resgatar o prestígio do político para não deixar que a sociedade cristalize a percepção que o processo eleitoral é um fardo inútil.
Conversei sobre esta pesquisa com o Ricardo Boechat agora pela manhã na BandNews.


Recentemente elegemos nossos representantes para o Legislativo Estadual e Federal,(os deputados) você ficou sabendo se o(s) candidato(s) que você votou se elegeu(ram)?
SIM 44%

NAO 39%

NS/NQO 17%



O Sobre o conhecimento dos problemas do cidadão comum, de gente como você, Você acredita em geral que os políticos:

Conhecem bastante os problemas do cidadão comum 11%

Conhecem,mas Poderiam conhecer mais os problemas
do cidadão comum 27%

Não conhecem nada dos problemas do cidadão comum 48%

NS/NQO 14%





Quais destas sugestões o Sr(a) daria para que um político entendesse melhor os problemas do povo? CARTELA
Marcar apenas uma alternativa


ANDAR DE TRANSPORTE PUBLICO(Onibus/Barcas/Trem)
POR UM UM MÊS 39%

VIVER UM MÊS COM MEU SALÁRIO 24%

SER ATENDIDO EM HOSPITAL PUBLICO 18%

TER OS FILHOS NA ESCOLA PÚBLICA 03%

VIVER UM MÊS COMO APOSENTADO 04%

NENHUMA DESTAS ALTERNATIVAS 04%

NS/NQO 08%



Objetivo:
Não eleitoral.
Levantar junto a eleitores da área de estudo a percepção da qualificação
da Classe Política diante dos problemas do cidadão comum.

Local:
Município do Rio de Janeiro
Período do Campo:
06 e 07 de Outubro 2010
478 Entrevistas

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

O que faz o Lula incomodar tanto a classe média?

Não. Não sou Lulista de plantão. Nem fecho meus olhos para os erros cometidos no Governo Lula, FHC ou qualquer outro mandatário. Aqui ou fora do Brasil. Em especial, nos locais aonde voto. Por direito ou obrigação.

Também não concordo com bravatas que reclamem do "excesso de liberdade de imprensa". Mas concordo que existe um excesso de liberdade de jornalismo venal. Assim a democracia acaba se tornando um viés da opinião publicada. Que cada dia que passa, graças a Deus,
se torna menos opinião pública e do público, para se tornar a opinião do dono do jornal. Ainda bem. Bendita micro opinião. Benditos blogs, twitter e redes sociais.

Então paremos de falar de "golpismo" de um lado e de "totalitarismo" do outro. Bravatas idiotas que não fazem mais sentido no Brasil do século XXI.

O que não se pode é culpar o Lula pelo fato do PSDB ter perdido a mão. Ter desaprendido a fazer política. Ter desaprendido a fazer oposição. Ter desaprendido a pensar.
A facilidade que Dilma, uma candidata que nem na história do PT faz parte, se deve em parte a ser mulher, ao prestígio do Lula, mas sobretudo aos erros do PSDB. A campanha de Serra, mesmo indo para o segundo turno. Mesmo que consiga uma improvável vitória, foi um fiasco. Erraram tudo. Ressuscitaram o José Dirceu. Transformaram Serra em demagogo. Foi a história de "Garantir um salário mínimo de 600 reais" trazer a tona a história da "Legalização do Aborto" Pesaram o visual e mostraram que o partido não sabe fazer oposição. E esqueceram de usar o FHC. Não em oposição a Lula, mas sim como se Lula tivesse uma dívida com FHC. Como se este mandatário popular, com seu jeitão carismático e caricato tivesse se tornado presidente em parte por causa de FHC. O que é sim uma verdade.

Se o "Erenice Gate" fosse no Governo FHC, teríamos passeata nas ruas. O PT chegou ao Governo. E deixou tudo esfriar. E o PSDB não soube usar da modernidade, das novas ferramentas e sobretudo da criação de novas lideranças. O PSDB entrou no jogo do Governo Lula, que fagocitou as suas lideranças postulantes ao cargo presidencial, como Palocci e José Dirceu. Fazer isto estando no poder é mais simples que fazer isto na oposição.Que ficou sem um rosto. Sem um nome.

A eleição vem fria. Tentam esquentar com o que tem de pior na política. (Logo o Serra apelando para o atraso com este papo de "Aborto".) Mas ainda assim, fria. Além do falado, uma prova de maturidade política. Os principais atores e propostas pouco se diferem. Tal qual uma democracia e economia consolidadas. Assim, as bravatas e os medos de "Chavinização" são infundados. Tanto para Dilma como para Serra.

Então pensando o que faz o Lula incomodar tanto a classe média, chegamos a algumas conclusões. A classe média e seu egoísmo não gosta de ver a secretária podendo viajar para fora do Brasil. A classe média não gosta de ver o filho da empregada doméstica tendo seu computador. A classe média não quer que o motorista de táxi possa dirigir um bom carro. A classe média fica com raiva quando vê alguém de comunidade com uma TV de Plasma. Esta classe média tacanha queria que apenas ela. Tão somente ela e seus pares superiores,os ricos de verdade, pudessem falar de Paris, de Viena, de Roma, de Nova Iorque. Agora, você que odeia o Lula por isto. Pode parar de odiar. Os avanços neste campo não são méritos exclusivos do Lula. Que tem sim seu mérito, mas tal qual uma estrada, FHC pavimentou, o mundo desejou e Lula, graças a incompetência da comunicação do PSDB, ficou sozinho com os louros da conquista. O grande erro do PSDB é deixar que o PT fique sozinho com os méritos das conquistas sociais e de redemocratização do Brasil. O erro do PSDB é CONTRAPOR a imagem de Lula x FHC ao invés de mostrar que o Professor Universitário e o Metalúrgico panfletavam juntos no ABC pela democracia. Se o PSDB tivesse inteligência teria mostrado que "Lula é uma dádiva do FHC". Tal qual a frase de Heródoto para o Egito e o Nilo. FHC com orgulho, quase juvenil, passou a faixa presidencial para Lula em 2003. Mas o marqueteiro para aproximar o Serra do Lula, chamou o Serra de "Zé" e achou que tinha resolvido a falta de apelo popular do Serra.

Uma dica: ressuscitem FHC. Não como um antagonista de Lula, mas sim como alguém que ajudou este homem a ser o Presidente mais popular da história do Brasil.


domingo, 26 de setembro de 2010

No Pet allowed

Sexta no Gula Gula do Rio Design Center, eu que sou observador, olhei todas as mesas. A única que tinha uma Coca Cola normal, aquela vermelha, era a minha. Apenas eu bebia a Coca Cola com açúcar.

Explico o motivo. A Coca Cola normal para mim tem o gosto de infância. Quando os refrigerantes diet eram mera referência de latinhas de Miami e Orlando. E o gosto de infância da Coca Cola vem na garrafa de vidro, com o sabor tátil do gás nos lábios (nossa que viadagem poética) saboreada na praia, na padaria com um pão puro ou pão doce, depois de um jogo de futebol. Momentos infantilmente deliciosos.

Não entendo a paranóia, as pessoas se enchem de refrigerante diet. Aumentam o consumo. Antes uma garrafa de um Litro dava para toda uma família no almoço. E a gente ria dos hábitos de americanos que tinham suas garrafas pets de Dois litros e meio. Pois cá estamos, como americanos, nos enchendo de Aspartame e outras coisas que podem ser bem mais nocivas que o bom e velho açúcar.

Mas fiquemos com a garrafinha de Coca Cola de 350 ml, apesar de parecer bem menos tem a mesma coisa ou mais que a nossa tradicional "Coca" dos tempos de infância nos anos 80. Da época do "vale uma Coca" que apostamos num desafio de futebol. Seja de mesa, campo, salão ou praia. "Quer apostar uma Coca?" é quase tão forte como um "É claro que foi Gol." E vale uma Coca-Cola. De garrafa de vidro.

domingo, 19 de setembro de 2010

Copacabana-Manhattan

Quem vive Copacabana não viaja pra Manhattan. Vai até a esquina. Hoje, num dia típico. Previsível. Nublado. Delicioso. Indolente. Alanish. Café. E ver a fauna do bairro. Hoje incrementado com uma grande marcha da liberdade religiosa. Não sei bem o que é, mas a presença da palavra liberdade, acompanhada por pessoas vestidas de Judeus Chassídicos, Ciganos, Roupas Afro me dá a idéia de alguma coisa feliz.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Post musical de sexta

Uma das melhores coisas de São Paulo. Fortuna.A voz de um anjo. E cantando um Tango em iidiche.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Serviços no Rio de Janeiro

Muita coisa melhorou no Brasil nos últimos anos. Mas a qualidade do serviço oferecido para a população continua num nível do subdesenvolvimento. Vem gente desinformada e fala que "agora o telefone celular ficou barato" como se fosse uma evolução da prestadora de serviço no Brasil. Isto se deve a queda do preço e evolução da tecnologia. Fenômeno mundial, stupid. Nenhum mérito para as empresas de telefonia. (E pensar que cheguei a pagar 4 mil e quinhentas doletas por uma linha de celular). Ou seja a Oi continua sendo tão nojenta quanto era sua origem a Telerj/Telemar. Não podemos esquecer o passado. A Oi é como se Hitler tivesse trocado de nome e assinasse agora como "Tony Hawk". Ele não passaria para ser um "cara legal". E esta falta de qualidade e respeito não é um mérito da Oi. As demais funcionam da mesma forma rudimentar no Brasil.
Transporte público é outra vergonha. Um exemplo : o preço do metrô no Rio - um metrô que funciona precariamente, que tem uma linha diminuta e infeciente, o metrô do Rio tem preços similares ao de Berlim, Nova Iorque e Paris. Ônibus no Rio são envergonhantes. Toda semana acidente. Barcas S/A, bem em qualquer País sério, a concessão de Barcas teria sido caçada e feita uma licitação internacional com players sérios que entendam que dá para ganhar dinheiro prestando um bom serviço. SuperVia, aqui não dá nem para falar. Chicoteiam passageiros. E não pense você que o carro livra você do caos. Nunca o Rio esteve tão engarrafado. O aumento de 30% da frota em 8 anos levou o Rio a uma "paulistização" do tráfego.
Não preciso citar prestadores de serviço de Internet, estes estão junto com telefonia. Péssimos.

A Light, que em conjunto com a CEG(Cia de Gás) tem explodido bueiros na Zona Sul, causando ferimentos nas pessoas, a Light - responsável pela energia que chega a nossas casas, colocou em prédios do Leblon este cartaz que ilustra o post. Isto assusta. Parece um aviso que o serial killer vai cuidar de uma creche.

Mas mesmo com esta gente ineficaz. Incompetente. O Rio continua sendo lindo e maravilhoso.

domingo, 12 de setembro de 2010

Um domingo com cara de Verão


O sol no domingo de hoje foi especial. A cidade acordou no clima da "Primeira Manhã de Primavera". Sol quente. Aquela alegria de estar "se livrando do Inverno".

Copacabana, Manhattan


Copacabana tem muito de Nova Iorque, os motoristas de táxi que por lá circulam, também não sabem falar inglês. Copacabana é confusa. É melting pot. É feita de contrastes. Mistura decadência com algo agradável que não sei o que é.
Porém uma das coisas que dá o acento yorker em Copa, é a forte presença da comunidade judaica no Bairro. Assim pipocam lojas com produtos kosher e outras referências e eu não me importo com meu andar meio klutz.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A maturidade política

Esta eleição, sem grandes paixões, mobilizando mesmo os profissionais do setor e imprensa. Tirante a porcalhada das placas e bandeirasA dramaticidade eleitoral está baixa. Baixa demais. Além dos personagens mais sem graça numa eleição presidencial desde 1989. Como diria Lula "Nunca antes na história deste País se teve uma eleição tão xôxa."

A baixa dramaticidade se deve a vários fatos. Um em especial. Nosso amadurecimento democrático. Se um dos ítens da consolidação das democracias é a menor distância entre os players do jogo político, quando se tem um PSDB-PT que você só sabe onde começa um e termina o outro quando olha na lupa, isto esvazia a paixão. Cria uma massa social democrata única com pequenas nuances.

Dilma não é o Lula de 89. O Lula do Lulalá. O Lula do meu primeiro voto. O Brasil mudou. Se o PSDB obteve a estabilidade da moeda, o Governo do PT fez importantes avanços sociais. Temos práticas envergonhantes? Temos mensalão do PT e do PSDB? Temos apoios que envergonham os dois lados sob o pretexto do "política real". Temos. Mas ainda assim o Brasil avançou.

O mérito deste grande avanço não é do PSDB ou do PT. É do povo brasileiro. É de um mercado potencial a caminho de 200 milhões de humanos. E num mundo em que se vira cidadão através do consumo, um país com o mercado interno de quase 200 milhões de consumidores, consegue olhos internacionais com interesse. Com desejo. Um país ocidentalizado. E onde no momento até mesmo a falta de ética e transparência podem ser interessantes para grandes economias ganharem dinheiro e gerarem dinheiro graças a este momento de transição de um subdesenvolvimento envergonhante para o Primeiro Mundo. Até lá ainda teremos escândalos que revelam o lado bom da transparência, antes a gente nem sabia. Mas com certeza as práticas envergonhantes não estão no DNA do povo brasileiro, mas sim em pouco controle e na máxima da "ocasião faz o ladrão."

O Brasil avançará e o mérito não será nem da Dilma, nem do Serra. Nem do Lula, nem do FHC. O mérito é de uma brava gente. Que trabalha. Que paga quase metade de tudo o que produz em imposto para "sustentar" um Governo. Seja tucano, seja petista. O mérito do Brasil entrar numa rota de crescimento não deve ser credito a ninguém da classe política. O mérito é nosso.
Se algum político tentar puxar para si este mérito, vaie. Quem merece o aplauso é o brasileiro comum.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Túnel do Tempo em Ipanema

Tem um Túnel do Tempo na Praça Nossa Senhora da Paz. E eu entre hoje lá.

Conheci uma banca de Revistas muito especial. De Revistas antigas. Fica na Nossa Senhora da Paz. Um verdadeiro túnel do tempo, justo na minha primeira praça de infância.

Acabei que me atrasei para um compromisso. Mas a causa era nobre. Vi revistas como Cruzeiro, Esquire dos anos 60(para os diretores de arte obrigatória), Veja das décadas de 70 e 80. Um passeio sem nostalgia ou saudosismo, mas com um delicado prazer.

Adda recebe as pessoas com o carinho de quem te recebe em casa para beber um chá. Se ela colocasse chá na Banca, seria um local mais concorrido que Starbucks.

Para meu carioquismo, uma vergonha. A Cena Muda existe tem mais de 5 anos. Tem 2 anos de Praça Nossa Senhora da Paz. E só descobri hoje. Literalmente antes "a tarde" do que nunca, com perdão do trocadilho.

Diretores de arte, produtores ou meramente curiosos devem conhecer A CENA MUDA. Fica na Visconde de Pirajá/Praça Nossa Senhora da Paz, quase esquina com Maria Quitéria. É uma viagem no tempo. Altamente recomendável.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Lideranças religiosas

Quando o Sobel foi preso nos Estados Unidos roubando gravatas, um rabino que tenho grande carinho, me trouxe uma "moção" para assinar em "defesa do Sobel". Categoricamente me neguei. Disse que era um absurdo. Não por ser o Sobel um homem que ganhava na época mais de 20 mil dólares para ser o Rabino de São Paulo. Mas por ser um Rabino. E por ícone quase que o símbolo dos Rabinos no Brasil. No judaísmo o rabino é bem mais que um simples líder religioso. E por mais que Sobel tenha tido um papel decisivo na democratização do Brasil, aquela história de furtar gravatas - todas caras e de griffe - foi uma vergonha histórica que não deve ser esquecida.

Agora veio o padre da Igreja Nossa Senhora de Copacabana. Era o responsável pelas contas da Igreja. O "ecônomo" da Cúria. Mosenhor Abílio foi pego com 53 mil Euros "na cueca". Ele embarcava com 53 mil Euros sem declarar. Disse que eram as economias pessoais. Mas levar esta quantidade de economia só justifica se ele tivesse uma família grande em Portugal. Tipo com filhos e netos. E pelo o que eu saiba padres católicos não podem ter filhos e netos.

Aí nós vemos que o que está em crise não é a classe política ou a classe religiosa. O que acontece hoje é que graças a trasparência e a imprensa os fatos aparecem. E assim caem os mitos e vemos como ruim ou bom pode ser a humanidade. No coletivo e no caso individual.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cinema de Vampiros

Conversando com meu querido Marcio Escudeiro sobre filmes, ele me lembrou da necessidade de enaltecer o Van Helsing. Traze-lo de volta para matar a onda de vampiros emo-afetados que tomaram conta de "nossa juventude". Uma juventude que vem sendo criada sem "mertiolate" arder, logo, ficaram frescos.

Numa insônia, movida por efeitos colaterais de antiinflamatórios, onde o Ipod travou. Um Ipod Jurássico da segunda série de Ipods, com 7 mil músicas. Travou depois de sair de cantos gregorianos para o The Clash. Deve ter reclamado de minha esquizofrenia musical.

Na insônia encontrei por acaso o Programa da Peça "Drácula" do Antunes. Me lembrei como me revoltava de ver um bando de nerd jogando RPG sobre Vampiros. Aquilo para mim é um pecado. Pois RPG, Los Hermanos e Supertramp são coisas que trincam o cristal da confiança no critério do humano. Ver aquelas criaturas abaixo da consideração mínima tendo acesso a informações sobre os vampiros achava um absurdo.

Eu fui criado lendo Cripta. Vendo o Dracula faturar as mulheres. As mais bonitas. As mais gostosas. As mais desejadas. As virgens. As casadas. As plebéias, as princesas. Vestidas, semi nuas e nuas. Corpos longilíneos , corpos variados, que acabou marcando de certa forma meu padrão de gosto nas mulheres. O gosto pela cintura e pelas curvas. A Cripta fora meu "Carlos Zéfiro". Vi também o terror sair dos castelos, do frio da Europa e ganhar a classe média suburbana americana. Foram nos anos 80 que começaram os filmes que aproximaram o "terror" das pessoas "normais" e não mais de aldeões ou de exploradores. Nos anos 80 o Vampiro podia ser seu vizinho.

E agora com a junção da tecnologia, novas técnicas, filmes com histórias medianas e personagens fracos, ganham uma dimensão que vai até além da moda retrô do 3D. Será que com tanta tecnologia não somos capazes de fazer filmes melhores que os já feitos no passado. Será que temos que empulhar filmes com mais cara de intervalo comercial e experiência estética conformista para os jovens?

O cinema precisou de 100 anos para fazer Matrix. Pensei que a partir dele teríamos o casamento de boas histórias com tecnologia na medida certa. E vampiros poderiam ser. Poderiam.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Iogurterias/Sorveterias - Oportunidades e "Non fat, no brand"

As sorveterias de iogurte são mais que uma tendência, são um sucesso no Rio. Começam a ficar tão a cara da Cidade quanto o nosso Açaí. Ok, o açaí é da Amazônia mas tem uma cara completamente carioca. Sem usurpação. O que não entendo é a mesma oportunidade de marketing que propiciou o aparecimento deste sorvete sem culpa e sem gordura, feito de iogurte zero, non fat, (ao menos eles dizem), não consegue diferenciar os seus produtos. Non fat, no brand. Comi na segunda, terça e quarta. Acreditei que tinha comido em um único "Happy Yogurt da vida" e na verdade comi em 3 diferentes. Só descobri hoje quando fui jogar fora os cartões de fidelidade. Outra coisa que tenta transformar o CRM numa mera distribuição de produtos. E eu penso que esta coisa de "premiar a fidelidade" desta forma, um atraso. Você tem que envolver e não ser um mero distribuidor de desconto de 10% ou 20% para aqueles que tiveram paciência de juntar 5 ou 10 selinhos. Isto não é fidelidade, é prostituição.
Talvez existam mais Iogurterias/Sorveterias por aí, porém para mim são todos iguais. Todas dizem que tem M&M, quando colocam algum confeito genérico do M&M. E prefiro acreditar que seja mesmo "non fat" yogurt. Tal qual o epsiódio do Seinfeld.

sábado, 28 de agosto de 2010

Cagarras, Paineiras e o carro do Irmão mais velho

Me peguei lembrando dos sábados. Primeiro um passeio até as Cagarras. Depois, as Paineiras com meu irmão. E de lá ver as Cagarras*. Elas de lá me dão a idéia meio de proteção. Sempre presentes. Fisicamentes. Na memória, na lembrança, no carinho e na imaginação. Sensorialmente lembrei de um número enorme de músicas que eu ia ouvindo no Carro de meu irmão. O Alfa Romeo ou o sem número de Fuscas de todos anos, cores e motores. Aproveitando as vantagens de ser irmão caçula. Nunca fui gênio. Sempre fui observador. Caçulas observadores podem desenvolver um senso aguçado de percepção e horizontes amplos. E talvez hoje em dia me lembre mais do som que era ouvido naqele toca-fitas Road Star do que o proprietário.

*Arquipélago de Ilhas que ficam em frente a Zona Sul do Rio de Janeiro.

Agora Praia. Preciso "espraiar". Independe de sol ou chuva.
Nos links o som que eu ouvia no carro do meu irmão em algum momento dos meus 7 ou 8 anos.




quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Lançamento Ota no CCBB


Toda uma geração foi influenciada pelo Ota. Era o responsável pelo Mad no Brasil, (quando o Mad era engraçado). E agora ele nos brinda com o Relatório Ota.
Terça, dia 31 na Travessa do CCBB. Imperdível.

sábado, 21 de agosto de 2010

Sergio Mendes e Brasil 66

Esta música é algo que me acompanha. Gostava de dormir ouvindo. Tinha uns 4 anos e pedia esta. Tocava ou cantavam a exaustão. Depois num Verão da década de 90 na Europa, ela era tocada em todos os cantos.  Brasileira e globalizada. Antes da globalização ser moda. O mais legal é que os timbres desta versão, mesmo datados, parecem algo mais que atual. Parece algo de vanguarda. Sergio Mendes é o cara. 

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Promessa de fim de semana

Atendendo alguns mails, e, é claro a minha vontade. Amanhã tento começar a ostar de forma mais disciplinada. 3 Noites sem dormir. 8 programas no ar. E indo em frente e cansado.
Agora o sono e de trilha Dalva de Oliveira.

sábado, 14 de agosto de 2010

Sábado de Chuva

"Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem; cada um como é."
Fernando Pessoa

Poucos povos podem não gostar de chuva tanto quanto o carioca. Desgostar mais da chuva que o carioca, eu duvido. Em andanças nunca encontrei quem tanto abomine a chuva quanto o carioca. E , inspirado em Machado de Assis, na lembrança das aulas de figuras de construção, ainda no ginásio no Padreco, os cariocas somos pouco dados aos dias de chuva.

Terei que discordar. Gosto dos dias de chuva da mesma forma que gosto dos dias de sol. Talvez seja este meu único absoluto e total contra senso da carioquice.

Hoje, caminhando na Praia, notei que além de mim, havia levas de cearenses-hoje o Ceará joga contra o Flamengo aqui no Rio, provavelmente no Maracanã- e o restante era de turistas estrangeiros. Não havia, em toda Orla de Copacabana, até o Leme, um único carioca caminhando pela praia. Onde uma Chuva fina parecia água benta. Uma delícia. Um dias especial. Praia vazia. Foi para poucos. Pelos cariocas, eu testemunhei.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Domingos

Procurando um material para uma apresentação, encontrei este texto perdido, escrito em algum domingo do ano passado. Com o direito de ser dispersivo neste momento, como fala um pouco de Pais e Filhos, achei oportuno postar.

Cheguei em casa com as pontas dos dedos ardendo. Vontade de escrever. Noite de domingo em Copacabana. Camisas de futebol. Clima de fim de festa. Cães e seus donos. O rosto das pessoas no domingo é indecifrável. Carrega ressaca. Culpa. Indulto. Paz. Cansaço. Alegria. Esperança e Frustação. Tudo ao mesmo tempo. Como se o domingo fosse uma espécie de dia trinta e um de dezembro de algum ano imaginário.


Vi um pai. Se despedia dos filhos. Rosto simples. Arredio a olhares. Ao deixar os filhos na portaria, a dor sem disfarce da lágrima contida. Não eram olhos de poeta. Ou me vendo naquele pai. Era um fato jornalístico. O pai, com a camisa do Vasco. Seu filho idem. A menina, uma mochila do Vasco. Nem sei se o Vasco jogou hoje. A família estava trajada de gala cruz maltina. E aquele pai, provavelmente , carregava o orgulho de passar, ou impor, seu time de futebol aos filhos.

Chamou atenção o gestual do menino. Enquanto o pai saía, sem olhar para trás, disfarçando a lágrima, o filho ficava ali. Olhando para um lugar vago. Olhando além de onde o pai caminhava. Como quem olha o futuro. Ele olhava para o vazio. Olhos nada incisivos. Talvez disfarçando de si mesmo o que ele queria ver, mas sabia que assim não seria, ver o pai olhando para trás. Parecia que ele entendia aquela dor do pai. E não olhava ali por ele mesmo, mas olhava ali pelo seu pai. Ele parecia querer confortar o pai. E o maior conforto seria torcer para o pai não se virar chorando. Mas, se assim fizesse, ele estava ali para proteger seu protetor. Talvez ali eu tenha visto alguma coisa minha. A vontade de um dia, no tempo perdido, ter o olhar daquele menino. Um olhar terno. Vi que a razão daquela cena ser forte para mim não era pelo pai. Mas pelo filho. Como pai já havia realizado meu domingo e minhas certezas.

Senti vontade de um dia ter tido vontade de ter aquele olhar de carinho do menino. Não voltamos no tempo. Não precisamos carregar culpas. Nada de terapia. Nem mesmo escrever em forma de terapia. Apenas vontade de em algum momento ter tido aquela força demonstrada na fragilidade e na fraqueza.

O que falta? Nada, apenas cheguei com uma vontade imensa de escrever. Não queria falar. Não queria ser ouvido. Não queria nem ouvir música. No máximo um chocolate.