sábado, 29 de outubro de 2011

Post musical - Diana Krall

I don't want clever conversation
don't want to work that hard
I just want some someone to talk to
I want you just the way you are.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Palavra difícil

Hoje se foi um avô. Curiosamente falei dele aqui no blog dia 12. Não era um avô de sangue. Era mais.

Só me restam boas lembranças.

Até registrei em poesia no meu primeiro livro.

Agradecimento. Pelo carinho. Pelas viagens atrás da bola. Pela paciência.

Para muitos era o da "Palavra Fácil", para mim sempre será o "Menino de Ouro", seu primeiro apelido ainda nos tempos de Rio Grande do Sul.

Foram tantas histórias. Sim, o Luiz Mendes era um dos seres humanos mais "personagem" que eu tenha conhecido. Confesso que a voz dá uma embargada e algumas lágrimas aparecem.

Estou realmente triste. Um dia com calma eu conto uma de tantas histórias com ele.
Pode ser o vídeo de madeira que o Cau comprou na Copa da Itália. Seja ele dizendo "Guto, plantel é de animais". Ou entrando num quarto de madrugada perguntando "Que anarquia é esta?" Ah, "Seu Luiz", bom e velho Mendes. Meu avô postiço, descanse em paz.

Palavra Fácil, Adeus é uma palavra difícil.

Meu Amarcord (Poesia Incompleta, Editora Francisco Alves, 1998)

ou Amigos retrospectiva.

Amigos,
dividimos o bem maior
que é dado aos mortais:
a adolescência,
um estado intermediário entre
a felicidade e a responsabilidade.
O divertimento como preocupação maior
Futebol na rua.
-"Olha o carro!"
Vinho barato,
algumas brigas,
primeiras mulheres
primeiros porres e
rock.
Chega uma hora que é hora de agradecer
por este tempo.
De agradecer a tanta gente,
por tanta coisa.
Ao Artur pela calma, hospitalidade e paciência
ao Garça pelos discos que roubei e pela
companhia dominical no 557
lembras?
o Cau,
não sei bem porquê,
meio Judas,
mas amigo e amado.
Ao Porfírio
pelo mau gosto e alegria.
Ao Marcelinho,
que perguntava:
"Quando a gente crescer será que a gente vai se ver?"
e eu o vejo todo dia após o meio-dia.
Ao Pião
que um dia já soube jogar futebol.
As meninas,
amigas e namoradas,
algumas que ficaram pro Caritó,
outras que casaram e não deixaram
o endereço.
Aos velhos
que curiosamente
ficaram menos velhos
agora que eu também envelheci.
Ao avô que me adotou
e que aceitei com orgulho ser o neto postiço.
Obrigado pela amizade,
pelas viagens Brasil afora seguindo a bola.
Ao Estação Botafogo
contribuindo para meu pseudointelectualismo adolescente.
A Fluminense FM,
que sinto a falta até hoje quando ligo o rádio.
Faço minha homenagem "póstuma":
Não sintonizo os 94.9 no dial do FM. Jamais.
Ao Urgência,
(André, Carlos e Adam),
a mais cult de todas as bandas de rock,
pelos ensaios barulhentos na casa 434 da
Khalil Gibran. E aos amigos que não
considerei, mais por preguiça
que por falta de importância,
um abraço com carinho.