sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Cinema de Vampiros

Conversando com meu querido Marcio Escudeiro sobre filmes, ele me lembrou da necessidade de enaltecer o Van Helsing. Traze-lo de volta para matar a onda de vampiros emo-afetados que tomaram conta de "nossa juventude". Uma juventude que vem sendo criada sem "mertiolate" arder, logo, ficaram frescos.

Numa insônia, movida por efeitos colaterais de antiinflamatórios, onde o Ipod travou. Um Ipod Jurássico da segunda série de Ipods, com 7 mil músicas. Travou depois de sair de cantos gregorianos para o The Clash. Deve ter reclamado de minha esquizofrenia musical.

Na insônia encontrei por acaso o Programa da Peça "Drácula" do Antunes. Me lembrei como me revoltava de ver um bando de nerd jogando RPG sobre Vampiros. Aquilo para mim é um pecado. Pois RPG, Los Hermanos e Supertramp são coisas que trincam o cristal da confiança no critério do humano. Ver aquelas criaturas abaixo da consideração mínima tendo acesso a informações sobre os vampiros achava um absurdo.

Eu fui criado lendo Cripta. Vendo o Dracula faturar as mulheres. As mais bonitas. As mais gostosas. As mais desejadas. As virgens. As casadas. As plebéias, as princesas. Vestidas, semi nuas e nuas. Corpos longilíneos , corpos variados, que acabou marcando de certa forma meu padrão de gosto nas mulheres. O gosto pela cintura e pelas curvas. A Cripta fora meu "Carlos Zéfiro". Vi também o terror sair dos castelos, do frio da Europa e ganhar a classe média suburbana americana. Foram nos anos 80 que começaram os filmes que aproximaram o "terror" das pessoas "normais" e não mais de aldeões ou de exploradores. Nos anos 80 o Vampiro podia ser seu vizinho.

E agora com a junção da tecnologia, novas técnicas, filmes com histórias medianas e personagens fracos, ganham uma dimensão que vai até além da moda retrô do 3D. Será que com tanta tecnologia não somos capazes de fazer filmes melhores que os já feitos no passado. Será que temos que empulhar filmes com mais cara de intervalo comercial e experiência estética conformista para os jovens?

O cinema precisou de 100 anos para fazer Matrix. Pensei que a partir dele teríamos o casamento de boas histórias com tecnologia na medida certa. E vampiros poderiam ser. Poderiam.

Um comentário:

Anônimo disse...

Andei lendo e vendo que o Senhor anda ouvindo e elogiando The Killers. E por onde anda, vai u foi aquele radicalismo que considerava esta banda o Engenheiros cantando em inglês?
bjks
Mariana