sexta-feira, 27 de maio de 2011

O Politicamente Correto além de hipócrita também é reaça


O texto que circulou pela net, de autoria do Marcelo Rubens Paiva, é de uma boçalidade sem tamanho. Desculpem, mas foi a palavra que melhor traduz.
Confunde ser Correto, ético, justo e coerente com o ser “politicamente correto”, que é a versão hipócrita do correto, do ético e do justo.
Quanto mais se defende o politicamente correto, mais se cria a chance do recrudescimento dos preconceitos por parte dos idiotas inflamados. Pois mais que criar uma coerção natural da sociedade contra as práticas discriminatórias, tenta resolver por decreto. Por proibição.
Eu não avanço sinal. Não páro na calçada. Ajudo pessoas a atravessarem a rua. Separo o lixo para reciclagem. Se vejo uma injustiça seja com um negro, pobre, idoso, criança, deficiente, homosexual, ou com qualquer pessoa que não esteja nestas titulações que na teoria devemos defender, ou até mesmo contra um animal indefeso-vou comprar o barulho como se fosse comigo. Não por estar na lei escrita que libera ou proíbe. Mas contra a natureza do “ser correto”. E chegar , se for o caso, as vias de fato. Mas não vou deixar de contar a piada. Seja com o homosexual, o negro, o pobre, o judeu, o português, o alemão…O pensamento não pode ter censura. Pelo contrário. Pode estar ali contida a catarse que faz a sociedade normalizar e cair os preconceitos no andar da carruagem. O Preconceito é uma coisa odiosa que deve ser banido. Mas não por decreto e sim por consciência. Pela alma.
Não acho que seja homofobia falar para alguém “Pára de bichisse!” ou Preconceito racial dizer para um amigo exibindo seu carro novo “Putz, cara carrro vermelho, tu é crioulo mesmo, hein?”. Para mim não existe raça amarela, preta ou branca, para mim é tudo Raça Humana. E opção sexual eu quero ter o direito a “zoar” meu amigo seja pela sua opção sexual, pela sua opção de time de futebol, pela sua opção política, seja pelo seu hábito de se vestir sempre de verde, de branco ou amarelo.
Quando a piada e a brincadeira são uma pista de mão dupla, (você zoa e dá o direito a ser zoado), é quase que um contrato das normas do bem-viver. Assim eu brinco com uma amiga por ser vascaína, gostar da Cássia Eller ou ser judia e dou a chance a ela me zoar por comer chocolate todos os dias, ser torcedor de um time que não está na Primeira Divisão do Futebol, ou só me vestir de roupas pretas.
Humor, seja politicamente correto ou incorreto, tem que ser inteligente ou ter graça. Se não, não serve. Mais um sofisma. Confundem inteligência ou burrice com politicamente correto e politicamente incorreto. Dizer para o autor do texto “Pô, Alê, mandou mal” não seria nem politicamente incorreto ou politicamente correto. Seria ofensivo, mal educado, estúpido e burro. E sem graça. Mas Marcelo Rubens Paiva, que eu sempre admirei, ah, mandou muito mal. Quem concordou com seu texto na verdade espelha a vizinha de Higienópolis. Quer banir o pensamento livre. Aliás segundo o autor, o pensamento diferenciado deve ser banido. Igualzinho o pensamento da psicóloga de Higienópolis. Os verdadeiros preconceituosos travestidos de moderninhos e politicamente corretos.
Vamos banir o preconceito. Mas vamos deixar o pensamento e a piada livres. E aos humoristas, por favor, que a piada tenha graça. Ao autor, bem…Feliz ano, velho.


Crédito Foto: Galeria The unnamed

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