sábado, 17 de julho de 2010

Manhã de sábado

Uma manhã de sábado em Copacabana. Sábado chuvoso. Saudade de ler crônicas de Rubem Braga. Paulo Mendes Campos. Fernando Sabino. Mas em especial, Rubem Braga. Não sei se a crônica é brasileira, como alguns amigos dizem. Mas sei que a mesma é uma delícia. Parece escrita com a oralidade da falta de compromisso. Com a seriedade de não se levar a sério. (Da mesma forma que este post não ambiciona nada, nem mesmo ser uma crônica.)
Algo bem a cara das novas mídias e das pessoas apressadas.
Como se a pressa no texto fosse medida em caracteres escritos, quando na verdade ela é representada pelos caracteres suprimidos, que gera muito mais tempo para quem escreve.
Mas hoje, ainda na manhã, diante de uma chuva insistente. Um passeio por Copacabana. Nem sei exatamente o que eu tinha ido fazer pela manhã. Eram coisas de vida terrena. Coisas que em geral as pessoas fogem de fazer aos sábados. Mas acordei energizado e decidido. Fiz tudo o que tinha que ser feito. Depois de realizado os prazeres e os gostos. E os deveres e as responsabilidades. Exatamente nesta ordem, afinal, hoje é sábado. Eu resolvi deixar olhos calmos para o tempo que não tem calma, nem clemência. Olhei Copacabana e suas ruas internas. A certeza que estamos diante de um bairro que nunca surpreende. Nunca surpreende pelo simples fato : a surpresa é a rotina de Copacabana. No caos urbano que ampliou com o passar dos anos. Um bairro que mais parece um Centro da cidade jogado dentro de uma praia e espremido pela montanha. Copacabana não surpreende, é verdade. Mas se não me surpreende, me remoça a cada dia.

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