quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O Companheiro Ahmadinejad

Que me perdoem os homosexuais e os judeus. Sem nenhum preconceito. Nenhum mesmo. Tenho horror a qualquer tipo de preconceito. Se for o caso, peço perdão duplo e antecipado aos que se enquadrarem nas duas categorias de forma simultânea.
A passeata de domingo na Orla de Ipanema contra a vinda do Presidente do Irã foi pueril e tola.
Não sou defensor do Lula, nem do Marco Aurélio Garcia, um assessor especial da Presidência da República que mais de uma vez falou mal do Estado de Israel. E muito menos do Mahmoud Ahmadinejad . Mas Lula acertou em receber o iraniano. Se estar próximos dos "excluídos" for lucrativo para o Brasil. Que se receba.

O Irã é uma nação que pode render dividendos econômicos ao Brasil. E o Brasil deve receber sim. Receber um Presidente que nega o "Holocausto" não significa que Lula negue o Holocausto. Receber o um Presidente de um regime que discrimina os homosexuais, não significa que o Brasil discrimine os homosexuais.(Apesar de recente pesquisa apontar que 99% da população brasileira tem algum preconceito com os homosexuais)

O Brasil deve ter todo direito de receber o Peres - a quem tenho profunda admiração pela inteligência, o Ahmadinejad , o Abu Mazen e quem mais vier para fechar negócios e, se tiver um tempinho, ver o exemplo da SAARA no centro do Rio. Onde comerciantes judeus, palestinos, libaneses (e agora chineses e coreanos também) convivem em perfeita harmonia.

Chega de achar que quem é amigo do meu inimigo é meu inimigo. Quanto mais num mundo globalizado. Isto beira o patético.


Apesar do avanço que a chegada de Obama representa. Um negro. Jovem. Bom orador. Ele é Presidente de uma nação que conhecemos bem. E não seria apenas um ícone que vai mudar um pensamento vigente e operante em toda a segunda metade do século passado. Não esperava nada além do que o Obama tem sido. Por isto não me decepciono. Mas os incautos, se sentem chorando achando que ele em pouco difere dos seus antecessores.

Se defende o direito do Irã ser livre para enriquecer urânio. Se brada contra a intervenção americana e internacional contra o direito do Irã e seu projeto nuclear. E, ao mesmo tempo, se condena os Estados Unidos por não intervir no processo eleitoral democrático em curso em Honduras. Onde o Presidente deposto, queria rasgar a constituição e tentar um terceiro mandato.
Aí vem a pergunta : É esquizóide ou não é a política externa brasileira? Ou o Marco Aurélio Garcia? Um dos dois tem que se cuidar em nome da coerência.


8 comentários:

Anônimo disse...

Apesar de não lhe conhecer pessoalmente, frequento seu blog pois pesquisa é o foco de meu trabalho. Fora termos alguns conhecidos em comum.
Nunca postei nada, sempre apenas como leitora atenta.
No seu artigo em questão sobre Mahmoud Ahmadinejad você é bem claro e cristalino. Bem escrito e bem formatado. Sinto também isenção. Você num estilo Guto Graça "Mainardi" detona todos, sem buscar proteção em um dos lados. Todavia no seu caso a isenção vem do bom caratismo e coerência. Sem interesse a servir.
Contudo o Presidente do Irã deveria estar isolado na comunidade internacional.Enquanto o mundo inteiro questionava as eleições, o Brasil reconheceu de primeiro momento o resultado de eleições as quais observadores internacionais questionavam.Fora que o mesmo diz que quer "varrer Israel do mapa". Com um ar belicista no seu discurso de posse.
Entendo sua posição e admiro a clareza e a total isenção do texto, mas para mim o Brasil perde mais ao receber um tirano como Mahmoud Ahmadinejad do que ganha.
Abs,
Julita
NB:Enviei um mail para o e-mail do blog.

Anônimo disse...

Vamos fazer a passeata bemvindo Hugo Chavez, Kim John e Mahamoud Ahmadnejah. O Brasil recebe o Eixo do Mal de braços aberto
hahahahaha
abração figura,
Nelson

Anônimo disse...

O Nazismo cresceu pelo silêncio dos que pleiteavam a liberdade para todos e tudo.
Preceito perigoso constante na presença do Presidente do Irã.
Gustavo Cohen
São Paulo - SP

gutograca disse...

Julita,
Longe de bancar usar o "mainardismo". É que me incomoda o maniqueísmo maluco e sem critério. Abraços, GG

gutograca disse...

Nelson,
A pergunta que não quer calar :
quem irá nesta passeata? Vai ter carro de som? Se colocar o Araketu e o Chiclete lota. Abração, GG

gutograca disse...

Gustavo,
Por favor, sem exageros. O mundo livre que hoje vivemos tem instrumentos para evitar este tipo de postura.Entendi seu comentário e seu e-mail, mas eu posso lhe garantir que não simpatizo com nada que seja anti-sionista ou anti-semita. E a presença de Ahmadinejad não dá respaldo as suas idéias. Como diria o presidente Lula "menas", "menas"...Abraços, GG

Anônimo disse...

Quem se diz aliado de um tirano como Ahmadinejad, acaba sendo visto como tal. As relações entre Brasil e Irã poderão afetar as relações do mesmo com o restante do mundo. Tenho uma pergunta: o Presidente do Irã já foi recebido de braços abertos por alguma outra potência mundial? É óbvio que não! Uma pessoa que nega o Holocausto para quem quiser ouvir, manipula as eleições de um país para ser reeleito ou ameaça extinguir um país do mapa, NÃO PODE ser acolhido por NINGUÉM!

Está na hora de você rever os seus conceitos...

Anônimo disse...

Guto Graça,
Um texto polêmico. Como disse alguém, estilo mainardi. Cuidado. O Moshad, a Jihad, o Lula, o PT, o PSDB vão correr atrás de vc. KKKKKKKKK
Lady Lu