sábado, 24 de novembro de 2007

Post de Sábado - Pessoal e Coletivo

Encontrei uma foto-completamente Família Simpson- na Feira da Providência. A família atolada na lama. Sim a Feira era no entorno da Lagoa Rodrigo de Freitas. E eu estava lá. Mesmo que no colo. Eu estava lá.

Me senti de outro tempo. Quando coisas importadas eram encontradas apenas no retorno de viagens ou em idas ao Lidador. Ou ainda com a visita do amigo aviador (contrabandista?) que trazia toda sorte de encomendas. De discos, sim ainda LPs, a eletrônicos e bebidas. No caso do meu pai, até cigarros: Kent, L&M e 555.

Aí fiz uma pequena lista de quem viveu nos anos 70/80 no Rio, Zona Sul. Quando o Yakult era vendido por representantes na porta. Tal qual uma Avon.

Só quem é carioca da clara e da gema, e viveu nos anos 70/80, sabe fazer morrinho de areia com o pé. Se lembra do Sorvete Rico. De côco. Da Laranjinha e uvinha, que os pais não queriam que a gente bebesse na praia, mas eram vendidas pelo baleiro na saída da escola. Das balas de tamarindo enroladas e grudadas no papel, do chiclete bazooka e do caramelo Zorro. O mate o Biscoito Globo resistiram ao tempo. E continuam. São mais que produtos. Mais que hábitos. São instituições cariocas.

Quem viveu os anos 70/80 se lembra de figuras que circulavam por Copacabana e Ipanema. Tinha um cara que parecia um aborígene. Andava na praia com seu pequinês. Também tinha a Maria Pára-quedas. Esta ainda circula por Ipanema.

Também tinha o garoto propaganda.Um cara alto, com a publicidade de uma loja chamada “Di Marcelo”com a estampa do Union Jack-a bandeira do Reino Unido. E ele usava um chapéu de viking. AH, meória, passar em frente da Perucas Lady na Barata Ribeiro, e lembrar da Neide Aparecida, a eterna garota propaganda.

Quem viveu os anos 70/80 fez Ibeu em Copacabana. Ou Cultura Inglesa em Ipanema.

Teve um pediatra ou dentista em Botafogo. Copacabana ou Tijuca.

Quem viveu anos 70/80 foi no Tivoli. Se puxar pela memória encontra até alguma foto do Mafuá que tinha na Lagoa. Este pouco lembrado, mas existia lá.

Se lembra dos anúncios do Parque Shangai na Penha. Mesmo sem nunca ter conseguido convencer o pai a leva-lo. Se lembra da publicidade do Mandiopan, Rocambole Pullmann e Piscinas Tone.

Teve móveis coloniais.Horrorosos. Mas teve. Se não teve, algum ambiente com clima indiano na casa existia.

Gravador de fita de rolo era o máximo. A parede de som do Josias era sonho de consumo dos pais.

Se lembra claramente de algumas capas de disco. Dos pais, tios ou irmãos mais velhos. Um da Rita Lee, todo rosa. Do Secos e Molhados com as cabeças na mesa. De algum do Roberto Carlos. Eu me lembro do Johnny Mathis. Nem sei o motivo, mas lembro claramente deste Long Play.

Se lembra que a Barra da Tijuca era distante em quilômetros e perto em minutos. Hoje ficou ao contrário. A Barra ficou perto em quilômetros, mas distante demais em minutos.

E na Barra tinha dunas. E nada de sinais. E era uma viagem e aventura . A Barra era um paraíso. Sem engarrafamentos. Sem emergentes. E sem louras de 40 anos siliconadas.

Não se trata de um surto saudosista. Mas do relato de lembranças particulares, que acredito serem coletivas.

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