quarta-feira, 18 de julho de 2007

Má gestão e falta de valor a vida

Tragédias acontecem, é fato. O que irrita é que várias delas poderiam ser evitadas.

Foi assim com os fogos do Reveillon em Copacabana. Eu sempre disse que um dia, da forma que era, aconteceria uma tragédia. Demorou quase uma década, mas infelizmente acabou acontecendo.

No Rio temos um shopping, o Rio Sul, que parece não ter saídas em alguns pisos. Ou seja, para continuar aberto, deveriam solicitar que o mesmo fizesse algo para evitar a possibilidade de tragédia. Mas, que bobagem se preocupar com isto. Depois que acontecer, se coloca a culpa nos culpados de sempre. Um engenheiro já morto, por exemplo.

No Pavilhão de São Cristóvão, existem botijões de gás numa aérea com pouca ventilação. E ninguém fala nada.

Claro que não se pode prever um acidente como o de ontem em São Paulo. Pode ser cedo para dizer que a pista foi liberada na pressa. Pode ser cedo para dizer que tem que fechar o aeroporto. Mas com certeza, mesmo tendo o carinho de ter tido tranqüilamente mais de 500 passagens por Congonhas, acredito que da forma que ele opera hoje, é inviável.

O aeroporto foi abraçado pela Cidade e ter a quantidade absurda de vôos que tem é insano. E uma tragédia desta que custou a vida de mais de 200 pessoas e feriu 200 famílias não pode ser respondida com declarações patéticas no estilo “Relaxa e Goza” ou atribuir a prosperidade. Ou promessas vazias.

Vivemos não um apagão aéreo, mas um apagão de gestão no setor.

Entendo pouco de aeroporto, sou apenas usuário, mas entendo alguma coisa de gestão. E posso garantir, por bom senso, que gastar mais de 300 milhões numa reforma inócua no Santos Dumont é má gestão. Vá e visite. Gastaram 300 milhões para colcoar algumas lojinhas. E, nem sei quanto se gastou para ampliar Congonhas, mas com certeza, não é viável. Congonhas deveria ter sido encolhido, garantindo eficácia e segurança. Novamente, quanto se gastou em Congonhas?

Não precisa fazer caça as bruxas, a culpa é de uma má gestão. Quem representa a má gestão que tenha coragem de vir a público e abrir a caixa preta da má gestão. Só que agora as pessoas não estão apenas esperando deitada nos aeroportos, elas estão deitadas no necrotério.

Por favor, não deixem a Marta Suplicy falar nada. Em respeito as famílias.

E uma bela CPI deveria ser CPI da Infraero.

As tragédias previsíveis parecem que doem mais.

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