Era a final do Brasileiro de 1992. O Botafogo, com uma campanha bem superior, chegava a final com jeito de campeão.
No Maracanã, pela primeira vez, a maioria não era rubro negra. A torcida do Botafogo lotou o Maraca dando uma prévia da festa que seria ganhar um título brasileiro, justamente em cima de um “combalido” Flamengo.
A torcida do Flamengo estranhou estar em menor número. Mas não ficou abatida. Pareceu se agigantar e engoliu a do Botafogo. Era algo realmente diferente. A "nação rubro negra" era menor. Mas não em entusiasmo.
Júnior-Vovô Garoto- comandou o time. Se a memória não me trai, antes dos 20 minutos do primeiro tempo, já estava 3 a 0 para o Flamengo.
O resto é história. Está no scout. Os números frios e nem sempre reais. Futebol é um dos esportes onde a matemática é aliada do sofisma. E números frios muitas vezes não traduzem a realidade. O segundo jogo parece que nem teve muito interesse. Em 20 minutos do primeiro jogo a história estava sacramentada. Tanto que no segundo tempo se via clarões na torcida do Botafogo que já havia deixado o estádio.
Flamengo ganhou mais um título brasileiro. Júnior, o "Leovegildo" fez uma partida daquelas como a de Romário contra o Uruguai nas eliminatórias. Chamou a responsabilidade para si. Desequilibrou. E fez valer experiência e talento individual em um esporte coletivo..
O Botafogo ainda teve que esperar 3 anos e uma ajuda do Márcio Rezende de Freitas para comemorar seu primeiro título brasileiro. Merecido pela campanha de 92(a melhor em número de pontos) de 95 e pela história do Clube.
O que eu me recordo é que fui ao Estádio com a disposição para "sacanear" os flamenguistas. E saí rindo dos botafoguenses. Que em 1992 se comportavam com a arrogância rubro negra. O Flamengo ganhou na humildade. Talvez uma das poucas vezes que vi um Flamengo humilde.E campeão.