Confesso que nunca idolatrei o Kaká. Mas também confesso: nunca vi um jogador bater na bola em movimento com tamanha precisão ou qualidade. Se fica longe de ser alçado a categoria de gênio, fica muito além de um mero bom jogador.
Mas Kaká pisou na bola. E pisou feio. Uma das melhores coisas do Brasil é sua democracia racial e religiosa. Mesmo com pequenos acidentes de percurso, temos um país onde negros convivem com brancos. Arábes e judeus, num exemplo de convivência harmoniosa, dividem lojas no Centro do Rio. Católicos, evangélicos, espíritas, budistas e ateus convivem na harmonia de um país que ensinou a aceitar o diferente.
Atacar a imprensa, em especial um jornalista que pode ser julgado pela sua trajetória íntegra, o jogador da seleção parece ter sido contaminado pelo "dunguismo". No "dunguismo" o único ataque que funciona é contra a imprensa.
Ao tentar jogar o povo evangélico contra o jornalista Juca Kfouri, Kaká demonstrou uma capacidade de sofismar digna dos piores exemplos da classe política e religiosa. Kaká deu uma entrada maldosa, que não combina com um bom cristão. Independente da fé religiosa, pois até mesmo ateus podem seguir o exemplo de ética e integridade dado por Jesus Cristo.
Não é hora de tentar iniciar uma guerra religiosa com o objetivo de tirar o foco, seja de uma contusão recorrente, seja de uma má atuação ou por um cartão vermelho tolo, Kaká pisa na bola como nunca pisou antes. O receio é que "dunguismo" além de fomentar no Kaká esta atitude feia, comece a fazer o mesmo distribuir carrinhos no meio de campo.
terça-feira, 6 de julho de 2010
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