Se o resultado "ecologicamente" foi de poucos avanços, para a capacidade do Rio em grandes eventos foi um excelente teste. E a Cidade foi aprovada. Vivemos um mega evento com participação social, pompa e circunstância ao mesmo tempo. Ainda vimos manifestações populares num show de participação de verdade. Num show de democracia. Ainda que o pensamento politico-econômico-social ser hoje tão pasteurizado dentro da "social democracia" vigente quase ditatorial. Vimos manifestação de verdade e não "flash mob" com assinatura de marketing.
Mas no quesito, Cidade Sede, o Rio deu show. As instalações. As interferências. A programação. Variada e quase impossível de acompanhar. Parece que faltou um local de convergência total e intuitiva. Um canal Rio+20. Um ambiente. Fica a dica. Mas o Rio. Cidade. Estrutura. Foi muito bem. Pequenos engarrafamentos para passagem de Comitivas, mas nada tão mais estressante que o dia-a-dia. A Prefeitura pareceu bem capacitada. A orquestração entre esferas de poder, pelo cenário externo parece ter funcionado. Em que pese pequenas reclamações particulares que devem ser apuradas. Mas a Cidade recebeu o selo de aprovação. Ao menos de um cara que é apaixonado pelo Rio. E por isto mesmo não perde o senso crítico. O Rio foi muito bem no teste. E a curadoria de eventos foi muito boa. O Rio não deveu a nenhum grande Centro mundial em termos de programação, conteúdo e eventos. Foi uma nítida demonstração deste mundo novo que vivemos, onde Países anteriormente secundários, hoje são protagonistas. Somos protagonistas. Somos novos atores do cenário mundial. Passa pelo Brasil. Passa pelo Rio. E a qualidade do apresentado nestes dias foi uma clara evolução.
Momento único que esta Cidade está vivendo. A história não é linear. Este momento será de constar nos livros.
Choveu? Sim. E ainda assim a Cidade funcionou sob chuva intensa com um Mega Evento como a Rio+20, a UNCSD. Uma centena de Chefes de Estado. E a Cidade não pareceu mais estressada que numa sexta feira do mês de setembro. A Feira da Providência já incomodou muito mais no passado que um Mega Evento como este. Ou seja, evoluímos muito. Centenas de Chefes de Estado causam menos tumulto que dezenas de barraquinhas de Países. E o Corcovado estava lindo numa foto em cinza, branco, preto e verde. E isto basta.
sexta-feira, 22 de junho de 2012
quinta-feira, 21 de junho de 2012
Rio de Janeiro
O Rio de Janeiro consegue ser europeu e africano ao mesmo tempo. Isto faz esta Cidade única. Uma eterna Corte. Tropical e despretensiosa. Ser africana e caucasiana ao mesmo tempo. É mais do que ser mestiça. É ser múltipla. Apaixonante.
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Pedalar no Rio com chuva. Pedalada noturna
Num dia de grande evento na Cidade, onde boa parte das comitivas parece estar curtindo mais o RioSul que o RioCentro, digo que a Cidade está maravilhosa. Em todos os sentidos. No sensorial. Aromas, por exemplo.
A chuva, providencial, protegendo os visitantes da praga nossa de todos os dias, dengue. E a Cidade num colorido que parece a ONU com um quadro do Zorra Total a julgar pela variedade dos trajes e cores.
E numa noite de chuva, após o brilho na tarde - sim em função do fuso do outro lado do Atlântico, após o brilho vespertino do Ronaldo lusitano, uma vitória épica que parece querer redimir uma geração que teve no seu início, seu ápice. A vitória sobre o Brasil no Sub 20 da FIFA de 1991 com o velho estádio dos encarnados lotado como no passado. Pois o português, que tem alguma coisa de Michael Jackson, pelo pop, pela genialidade, pelo desejo midiático. Pois Cristiano Ronaldo é bom de bola. E decisivo. Ao menos até agora foi. E Portugal vem oferecendo uma superação coletiva, um amor pela bola e a presença do talento individual decisivo. Chamando para si a responsabilidade. O título, se vier, é um detalhe. Mas parece que ficará em boas mãos caso vá para Lisboa. Portugal, pelo histórico nos últimos 10 anos, está entre os grandes do futebol. E EuroCopa é uma festa. Das que eu mais curto. E pelo prazer presencial nem a Copa do Mundo chega perto. A proximidade dos Países na Europa e a malha de transporte faz a festa das torcidas se deslocando.
Voltemos ao Rio com chuva. Pedalando, ao ver minha sombra, com capuz e a cesta na frente da magrela, a inevitável lembrança da cena clássica de "ET". Mas sem Bicicletas Voadoras. Assim como a lembrança paternal, do "Parapluie de Cherbourg", mas sem Catherine Deneuve.
Pedalar na chuva resgata um prazer quase adolescente. Despretensioso. Completamente sem motivo. Sem razão ou responsabilidade. E pedalar na chuva, adulto com esta consciência é como terapia de regressão. Sem nostalgia. Sem paranóia. Sem dramas. Apenas relaxar. Aproveitar a chuva. Ver o mundo como uma pintura impressionista. Sentir o aroma da chuva, da terra molhada, mesclado com o aroma das flores dos quiosques da Praça Nossa Senhora da Paz. Ouvir os sons além do próprio Ipod. Ver a convivência harmoniosa de um samba, dos bons saindo de dentro do Bip Bip com direito a Alfredinho reclamando, com um Hendrix do lado de fora e um pagode rasteiro e popular. Aqual mistura que Copacabana sabe fazer. E fica um passeio completamente sensorial. Campo para todas as sinestesias de cores, sons e aromas.
O Rio com chuva fica perfeito. Quem não nota é por falta de sensibilidade. Ou por ser um chato. Pedalando é como se sentir com 15 anos. Sem para isto ser completamente ridículo. Apenas o limite tolerável.
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