sábado, 14 de janeiro de 2012

Bar Gaspar , uma boa idéia


O Rio tem uma qualidade ímpar. Ele aceita o que vem de fora com facilidade. Apenas faz sua leitura e aperfeiçoa. Transforma em algo carioca. É um comportamento de uma Cidade portuária aberta a tendências, mas sobretudo uma Cidade que sabe colocar a sua assinatura em tudo o que recebe. Do sanduíche Bauru a Feijoada, tudo no Rio parece ter um tempero carioca, que não discorda do original, apenas tropicaliza, coloca o acento carioca.

Com o galeto foi assim. Se ele é tipicamente do Sul, que me perdoem, mas ele parece algo que é tipicamente carioca. Talvez uma das coisas mais cariocas, seja em ambientes de restaurante, seja naqueles galetos com balcão e bancos altos que vão rareando, mas ainda resistem.

O Gaspar é uma boa surpresa e idéia. Não se restringiu a fazer um restaurante que serve galeto, mas sim num restaurante de galeto que serve outras comidas. E pelo visto, tudo muito bem preparado e bem feito. O ambiente é um outro ponto de elogio. Não entupiram de mesas, como restaurantes do estilo e bares no Rio de Janeiro, que começaram a achar legal colocar todo mundo junto com a desculpa de calor humano, mas que na vida prática, quando você vê, para o bem ou para o mal, o vizinho do lado participa da sua conversa e se der bobeira até belisca a sua batata frita. No Gaspar você come sem ter que proteger sua comida ou sua conversa do vizinho de mesa. E diria, em se tratando de comer no Rio atualmente, diria que o preço é baixo pelo o que oferece. Comida boa e um ambiente agradável.

Parece que nasceu para ser um clássico. Daqueles que a gente fica na torcida para que ganhem as esquinas, como cafeterias Starbucks ou agências do HSBC, isto é apareçam em todas as esquinas cariocas e componham a paisagem, oferecendo comida boa, em espaço agradável por preço justo.

E pelo site, quase que um cartão de visita da irreverência. Um restaurante que tem um carioquismo exacerbado que merece ser cultuado. Leveza e boa comida. O Rio de Janeiro pode ser isto. Falta apenas um "tour virtual" para aqueles que ainda não deram um pulinho por lá conferirem o local. Ok, site não consegue transmitir o cheiro bom da comida na brasa, mas...


O primeiro dos muitos, assim fico na torcida, fica na Praça Tiradentes, 18. Esquina com a Sete de Setembro. No Centro da Cidade.



terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Canecão

Eu não vou tomar partido da legalidade, que se encontra ao lado da minha querida UFRJ, nem da forma pouco clara que o Canecão era "cedido" aos antigos proprietários, mas o fato que fica triste para uma Cidade como o Rio ver a ausência de uma casa de espetáculos do porte do Canecão na Zona Sul.

Pensando no "patrimônio imaterial" ali eu vi quase tudo que deveria ter visto em se tratando de mass media. De Saltimbancos a Caetano. De Cazuza a Cássia Eller passando por incontáveis shows e atrações que agora não me recordo, ou das que prefiro esquecer como dois integrantes do Police, mais o Stanley Jordan e uma vocalista que parecia a Terezinha Sodré. Mas meu "patrimônio imaterial pessoal", se fosse escolher um único show, um único dia, seria lá no ano de 1986. Miles Davis. Eu fiquei praticamente ao lado do performático e genial Miles Davis. E isto eu agradeço ao Canecão.

Não penso apenas no patrimônio imaterial que esta ex cervejaria, dedicou ao Rio e a minha vida, mas no critério objetivo. A Zona Sul não pode ficar sem uma casa do porte do Canecão para eventos e shows. Sugestão? Que a UFRJ licite o uso do espaço com contra partidas sociais e/ou educativas e ali se faça algo. A sugestão é que se mantenha a mesma função. Elementar, a Zona Sul precisa de um equipamento assim. Shows nos confins da Barra não agradam a ninguém.