sábado, 6 de setembro de 2008

Saudade ibérica

Num surto de saudade ibérica. Lisboa. Poesia. Chiado e Pessoa em pessoa.
A trilha espanhola é por minha conta.
Presuntos Implicados.
"Como hemos cambiado"
Posts musicais e pessoais.




Fausto Wolff


No começo dos anos 90, o Antonio's ainda resistia no Leblon. Na mesa, Fausto Wolf me dá uma sacaneada : "Lê Proust, cita Borges e é heterosexual...coisa rara na atual geração..."

O bate papo continua e ele me fala:

"Lá nos anos 60, Doutor Roberto me chamou para cuidar da TV que ele estava abrindo. Pensei...sei não, esta gente sabe fazer jornal, televisão...acho que isto não vai dar certo. Recusei o convite para ser um diretor associado. Outro dia o filho do Senador Apolônio Salles me convidou para seguir com eles numa agência de publicidade, pensei publicidade, acho que este negócio não vai dar certo...E eles fizeram esta super agência...

Rapaz, mais ou menos faça o seguinte, tudo o que eu falar para você, faça exatamente ao contrário..."

Viva Fausto Wolf!
Bom de texto. Bom de verve.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Rubéola - E ninguém fala nada...


Sinceramente, não sou médico, mas meus neurônios trabalham.
E minha vista ainda não se cansou de ler na "entrelinha".
Não se trata de "teorias da conspiração", mas...

O Brasil assina um pacto com a OMS -Organização Mundial de Saúde para erradicar a Rubéola do mundo.
Claro que isto foi uma pressão da OMS, que deve estar sendo pressionada por laboratórios que vendem a vacina de rubéola. Ok, assim é o capitalismo.

Criou-se um temor da rubéola como se a mesma fosse prima do ébola. Patético. Objetivo: dar saída nas vacinas compradas pelo Ministério da Saúde.


O que me espanta é ninguém da imprensa ter puxado esta versão.
Todo mundo tratando a "erradicação da rubéola" como se fosse a ordem do dia. A salvação para a saúde do Brasil.

Sobram perguntas...

Vamos apurar quais são os laboratórios que tem interesse nesta venda de vacina?

O que o Brasil ganhou assinando este pacto pela erradicação da rubéola com a OMS?

Qual o custo da rubéola aos cofres da saúde nos últimos 5 anos?

O que em números a rubéola causou no ano passado? Casos, problemas etc...

Quanto foi o investimento para esta campanha de vacinação agora em 2008?
(Publicidade, mobilização, remédios)

É por estas e outras que no Brasil a lepra tem casos como nas mais pobres nações africanas-aqui mesmo no Rio de Janeiro. Por isto que no Brasil se morre de dengue, de tuberculose...Mas da rubéola, o Ministro Temporão-que diversas vezes se sai bem, desta vez serviu de lacaio da OMS e ajudou aos amigos a vender vacinas, (sabe-se lá se estavam encalhadas). Ah, globalização que ainda trata o terceiro mundo como terra de oportunidades do colonialismo.

O Brasil precisa de um plano de saúde que considere a nossa realidade. Fábrica de vacinas. Pesquisas e estudos de doenças que laboratórios internacionais não se interessam mais. Ou de doenças tropicais. Países com problemas de nações miseráveis como o Brasil poderiam liderar isto. Aí sim é um terceiro mundismo interessante. Se bobear, o Chavez pega uma bandeira desta.

Um assunto chato: "Pimenta, de novo" - Por Luiz Garcia

Repito aqui o artigo do Luiz Garcia no O Globo. Não com o objetivo de mostrar que jornalistas não são corporativos, mas como nosso sistema precisa ser repensado.
Um criminoso, estilo "coroa corno" do Estadão, dá diversos tiros nas costas de uma jovem ex namorada e sai livre rindo da sociedade e dos pais da jovem que ele tirou a vida. Friamente. Cruelmente.

Fico pensando, se um louco resolver matar o Pimenta Neves, a culpa será de quem?






O Globo
5/9/2008

Há assuntos que cansam pela repetição. Insistir neles mostra falta de informação ou de criatividade de quem escreve. Admito estar exposto às duas acusações se volto a falar no caso triste do jornalista Pimenta Neves, o homem que o Judiciário brasileiro não consegue botar na cadeia.

Defendo-me: não é falta de novidades, muito menos de temas mais quentes. Acontece que o caso de Pimenta é especial: deve-se voltar a discuti-lo simplesmente porque, mais uma vez, seus advogados souberam usar características - ou defeitos - do sistema judiciário brasileiro para manter o jornalista em liberdade.

Oito anos atrás, Pimenta - jornalista do primeiro time da imprensa paulista - matou, com tiros na cabeça e nas costas, uma namorada, 30 anos mais nova que ele. Ela anunciara o fim do romance, ele marcou um encontro num haras em Ibiúna e a fuzilou.

Apesar de uma quantidade de provas e de testemunhas, o caso tramitou na Justiça paulista com lentidão exasperante. Pimenta sempre teve advogados hábeis e imaginosos. Não era possível evitar a condenação, mas eles conseguiram que o réu não passasse mais de alguns meses na prisão, e sob o regime camarada que o sistema reserva a réus com diploma e dinheiro.

Agora, no Superior Tribunal de Justiça, a defesa tentou anular a condenação pela Justiça de São Paulo a 18 anos de prisão. Um detalhe é significativo: o juiz singular o condenara a 19 anos de reclusão, e o Tribunal de Justiça cortara um ano da pena porque Pimenta confessara espontaneamente o crime. Leigos têm direito a estranhar: que valor, que mérito tem essa espontaneidade, quando o crime foi cometido à luz do dia, na frente de testemunhas? Mas é a diferença que faz um advogado esperto e bem pago.

No capítulo desta semana da triste novela, o STJ cortou três anos da sentença. Os ministros acharam que o juiz paulista exagerou na avaliação do trauma causado pelo homicídio na família da namorada.

Não dá para discutir: avaliações do sofrimento alheio são sempre subjetivas. E esse não é dado mais relevante nessa tragédia sem desfecho. O que realmente faz diferença é o fato de que Pimenta ainda não vai para a cadeia. Só quando se esgotarem todas as possibilidades de recurso.

Pode-se prever que, com a sua pauta pesada, o Supremo Tribunal Federal não vai julgar o caso tão cedo. Bons advogados podem garantir isso. E, é preciso convir, um réu de 71 anos talvez não disponha de 17 anos para oferecer ao sistema penal.

Certamente o caso tem algumas características excepcionais. Crimes de paixão executados com frio planejamento são raros nas camadas mais rarefeitas da sociedade brasileira.

O caso de Pimenta certamente não estimulou imitadores. Mas não é pelas circunstâncias do crime que ele desperta atenção especial. Mas sim pelo fato inegável de ser exemplo eloqüente da fragilidade do sistema jurídico em face da estratégia da postergação.

O problema todo está na idéia do direito à liberdade até a condenação final. Pareceria mais justo admitir esse privilégio em circunstâncias excepcionais, claramente justificadas. Mas não, por exemplo, quando um cavalheiro matou premeditadamente e pelas costas alguém que ferira apenas o seu orgulho de macho.

Sexta-Feira

Ah, um Rio de Vinicius e Jobim. Eu quero pra mim.


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Cartola - Acontece

Como existe uma lenda que eu não gosto de MPB, na verdade eu não gosto de música pretensiosa, aqui uma canção simples. Com lágrima e verve. Do genial Cartola. Cartola é uma daquelas pessoas que faz a palavra carioca ser um elogio.

"Acontece". Cartola. Poderia ser "O mundo é um moinho" , daqueles sambas tristes que falam com a alma. Que tem a lágrima da emoção sincera.


segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Acidente na corrida e omissão da imprensa

A corrida caipira da Stock Car - patrocinada pela empresa de rádio/telefonia mais ineficiente do Brasil- a Nextel e pela SKY no Rio foi um mico.

Curiosamente a imprensa praticamente omitiu o acidente com vítimas, inclusive uma criança.
Os dados sobre um acidente como o que aconteceu? Como foi? Nome das vítimas...Praticamente foi ignorado.

Estranho não?


Lagoa, Ipanema, Cagarras...


Uma imagem fala mais que qualquer palavra, que me perdoem os poetas, mesmo porque o Rio de Janeiro, quase sempre nos deixa sem palavras.

Não podemos negar: morar nesta Cidade é um dos maiores salários indiretos que alguém pode ter. No dia que houver uma política de inclusão social-sem pilantropistas metidos a ongueiros modernos, mas no dia que tivermos uma política social, pensando realmente em quem precisa como um ser humano e não como um título de eleitor, pode ter certeza que nenhuma Cidade no planeta será capaz de superar o Rio.