Katy é uma espécie de cruza entre uma apresentadora teen com uma atriz pornô. Beira o burlesco e ultrapassa o convencional. E dá show com sua troca de figurinos. Inspirada em desenhos animados. Elton John, bem não foi desta vez que ouvi "Your Song" ao vivo. Ele fez um show para um público frio. E foi frio. Como não se sentisse a vontade em estar em meio a diversas atrações, como quem merece o destaque de ser único. Apesar de acreditar que as músicas de Elton John, o seu som, é algo que beira o momento Elymar Santos. O kitsch. Mas, quem disse que não podemos gostar do cafona? Ainda nas atrações do dia, a pergunta de minha filha resumiu a presença de Claudia Leite, "O que esta mulher tá fazendo aqui?"
De organização, nota ZERO para os problemas nas catracas. Uma queda de luz deu problema em mais de um momento de acesso. E isto é inaceitável, por mais primeiro dia que fosse.
A sujeira, além de um sistema que não deu conta de esvaziar as lixeiras, contou com a falta de civilidade e higiene dos presentes que jogavam lixo e mais lixo no chão. Porcos.
Achei o evento apertado. Os deslocamentos beiravam o desconforto. A linda Rock Street era um convite a não chegar perto do aperto.
Mas sem dúvida a exploração de camarotes e marcas deste Rock in Rio foi Show. Apesar que a única surpresa de algo inusitado tenha sido no espaço da Taco. Fizeram o resgate de uma tecnologia do passado que nunca foi tão atual na sua apresentação. O Zootropio que eles apresentaram, nota 10. Parabéns a marca de jeans e a agência de comunicação da marca, a Script. Vale a pena conferir.
Alimentação, caótica como numa Feira agropecuária de interior. Mas, grandes eventos são assim mesmo e temos uma clemência. Nossa incrível incapacidade de formar filas de modo coerente. Já o Bob's ficar sem comida. Logística, logística...Vergonhosa logística.
De logística também, fizeram com que o ato de estacionar lá, "ser Vip" fosse pior do que não estacionar. As interdições fizeram com que quem estacionou na área de estacionamento, dar uma volta pelo Rio de Janeiro antes de retornar para a Zona Sul. E fechar ruas desta forma parece a piada do corno, que ao ser traído no sofá, vende o sofá. Será que não temos capacidade para coibir a bandalha, o estacionamento irregular e os flanelinhas? Será que vamos ter que usar de paliativo ao invés de usar grandes eventos como indutores de civilidade e convívio? Cabe aqui um estudo sério sobre o efeito que estes eventos podem ter para capacitar a Cidade e os moradores. Mas a verdade seja dita é que a Prefeitura mostrou ordem.
Agora não sei se é memória infantil, mas o palco de 1985 me parecia bem maior e ao mesmo tempo mais tosco que o deste ano.
Claro que não pretendo ir a dia nenhum, fiz isto pelo dever profissional e de pai, mas para quem for, se não for criterioso com a escolha dos artistas, se se contentar com seu artista preferido fazendo um "pocket show" e estiver no clima de quem quer se sentir um pouco adolescente, vale encarar. Nem que seja para dizer, como o plástico antigo do Rock in Rio, "Eu fui". Mais um grande evento na Cidade. E desta vez um que acontece desde muito antes desta Cidade ter sua vocação internacional realmente explorada. Lógico que com todos os problemas, merecem o elogio por este pioneirismo. Valeu.