“Olha o Cauê, Não é Caô”
Frase de um ambulante em Copacabana, vendendo produtos do Pan “oficiais” em frente a loja oficial da Praça das Medalhas.
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Em agosto de 1981, o presidente Ronald Reagan, enfrentou a maior crise aérea da história americana.
Um protesto por melhores condições de trabalho, maiores salários e redução da jornada , os controladores de vôo de todo o país fecharam o espaço aéreo.
Sob o argumento de que o ato colocava em risco a segurança nacional, Reagan deu um ultimato de 48 horas para a categoria voltar ao trabalho. Porém com um plano B bem traçado.
Como os grevistas não voltaram, apenas 12% retornou, Reagan exonerou de caneta mais de 11 mil grevistas e os mesmos foram banidos do Serviço Público. E executou o Plano B.
Convocou quadros complementares, contratações internacionais, militares da reserva e aposentados.
Conseguiu resolver a crise. Saiu fortalecido. E mostrou competência.Autoridade moral se constrói com atos e não apenas palavras vazias de palanque. Gestão. Em determinados momentos, não basta sua biografia ou carisma, é necessário governar e delegar.
Um gênio chamado Sergio Bernardes, quando se debatia cortar ou não a Puc e construir o Túnel Acústico, para ligar a Gávea ao Dois Irmãos, afirmou que não deveria ser feito.
Geraria um fluxo absurdo de pessoas em seus carros. Falou brincando que deveria fazer ali era um retorno. Pois ao dinamizar este acesso, criaria na Barra um dormitório e o caos no tráfego.
Quem mora na Barra e São Conrado é refém de um Sinal na Visconde de Albuquerque/ Mário Ribeiro, que cria o engarrafamento monstruoso. Sim, aquele sinalzinho que fica ali,no Leblon, com um ar inocente é um dos grandes culpados pela retenção que transforma a vinda da Barra a Zona Sul, na parte da manhã, em um pára e anda paulistano.
Sei que não se tem muito apreço pela Barra e seus emergentes.Mas melhorar o tráfego é qualidade de vida para toda cidade.
Impossível que não vejam a necessidade de se construir ali um viaduto , algum “mergulhão” ou algo do gênero.
Bem, se o Pan não conseguia as primeiras páginas dos jornais internacionais, São Paulo mais uma vez superou o Rio.
Ontem as edições on line de todos os grandes jornais europeus davam na primeira página o acidente em Congonhas.
Curiosamente o deputado morto no acidente de ontem, em seu blog, comentava sobre a má gestão aeroportuária.
http://julioredecker.blogspot.com/2007_06_01_archive.html
Tragédias acontecem, é fato. O que irrita é que várias delas poderiam ser evitadas.
Foi assim com os fogos do Reveillon em Copacabana. Eu sempre disse que um dia, da forma que era, aconteceria uma tragédia. Demorou quase uma década, mas infelizmente acabou acontecendo.
No Rio temos um shopping, o Rio Sul, que parece não ter saídas em alguns pisos. Ou seja, para continuar aberto, deveriam solicitar que o mesmo fizesse algo para evitar a possibilidade de tragédia. Mas, que bobagem se preocupar com isto. Depois que acontecer, se coloca a culpa nos culpados de sempre. Um engenheiro já morto, por exemplo.
No Pavilhão de São Cristóvão, existem botijões de gás numa aérea com pouca ventilação. E ninguém fala nada.
Claro que não se pode prever um acidente como o de ontem em São Paulo. Pode ser cedo para dizer que a pista foi liberada na pressa. Pode ser cedo para dizer que tem que fechar o aeroporto. Mas com certeza, mesmo tendo o carinho de ter tido tranqüilamente mais de 500 passagens por Congonhas, acredito que da forma que ele opera hoje, é inviável.
O aeroporto foi abraçado pela Cidade e ter a quantidade absurda de vôos que tem é insano. E uma tragédia desta que custou a vida de mais de 200 pessoas e feriu 200 famílias não pode ser respondida com declarações patéticas no estilo “Relaxa e Goza” ou atribuir a prosperidade. Ou promessas vazias.
Vivemos não um apagão aéreo, mas um apagão de gestão no setor.
Entendo pouco de aeroporto, sou apenas usuário, mas entendo alguma coisa de gestão. E posso garantir, por bom senso, que gastar mais de 300 milhões numa reforma inócua no Santos Dumont é má gestão. Vá e visite. Gastaram 300 milhões para colcoar algumas lojinhas. E, nem sei quanto se gastou para ampliar Congonhas, mas com certeza, não é viável. Congonhas deveria ter sido encolhido, garantindo eficácia e segurança. Novamente, quanto se gastou em Congonhas?
Não precisa fazer caça as bruxas, a culpa é de uma má gestão. Quem representa a má gestão que tenha coragem de vir a público e abrir a caixa preta da má gestão. Só que agora as pessoas não estão apenas esperando deitada nos aeroportos, elas estão deitadas no necrotério.
Por favor, não deixem a Marta Suplicy falar nada. Em respeito as famílias.
E uma bela CPI deveria ser CPI da Infraero.
As tragédias previsíveis parecem que doem mais.
Independe de analisar qualidades ou defeitos. E sim uma característica. O Prefeito do Rio, César Maia, tem uma muito forte. A “Síndrome de História em Quadrinhos”. Vou explicar. Todo “Super Herói” nas histórias em quadrinhos, tem um “Super Vilão”. Durante muito tempo, no Rio, o super vilão para César era o Casal Garotinho. E ele assim foi se solidificando como um líder dos que se opunham ao Casal.
César parece não saber operar na paz. Se isto é bom ou ruim, o tempo dirá.
E nada de maniqueísmo de mocinhos e vilões. Apenas para ilustrar o fato. Escolha seu mocinho e seu bandido. Interatividade é isso aí.