sábado, 2 de julho de 2011

Itamar

Estive com o ex Presidente Itamar Franco duas vezes. Uma foi bem rápida. Na outra, falando sobre algumas pesquisas, ele já como ex-Presidente, foi uma agenda bem demorada. Ele realmente tinha um carisma do não carisma. Quieto. Mineiramente quieto. Porém educado, simpático, despido da empáfia e do solene. Ao menos naquele dia, eu posso assim garantir.


Mas vale lembrar que Itamar : fez a maior troca de uma moeda da história do planeta. Conseguiu segurar as instituições num momento que o Brasil poderia ter vivido uma convulsão golpista. Por saudosismo trouxe de volta o Fusca (o que para quem acha o Fusca uma obra de arte é um mérito) e ainda conseguiu fazer o seu sucessor. Se Itamar não foi um grande Presidente, ele foi o Forrest Gump. Tudo deu certo num momento em que era destinado a nada dar certo. E ele estava neste momento.


Depois vieram os anos FHC. E com um pouco da soberba do consenso dos bacharéis tentaram apagar o legado do mais mineiro de todos os baianos. Mas como nada como um dia após o outro. FHC acabou tendo a mesma moeda de Lula, que conseguiu fazer com FHC o que FHC fez com Itamar, reduzir a sua importância e seu legado.


A importância de Itamar foi a calma. A valorização das instituições. A mineirice. Ou melhor a inteligência, ainda que sem o "glitter" de uma liderança carismática como Lula ou com a necessidade de se mostrar sábio de FHC. Itamar foi discreto até na hora de sair de cena.

Contradição

Sou o egoísta mais solidário.

O hedonista que sabe sofrer.

O brasileiro que não torce contra a Argentina.


Sou um carioca que gosta de chuva.

Sou a contradição

tal qual

o pois sim

que é pois

não.




quinta-feira, 30 de junho de 2011

Moleskines de viagem

Eu carrego Moleskines e rabisco neles. Desenhos e anotações. Só sinto falta do Angry Birds.






Stonewall , um exemplo

Quando eu vejo a história dos pioneiros dos direitos civis dos homosexuais, na história de Stonewall, vejo que aqueles caras ali foram "machos de verdade". Que exemplo. De coragem. De luta por Direitos Civis de seres humanos. Vontade de dizer para o pessoal que prega diversidade hoje em dia "deixem de ser bibas afetadadas", mirem-se no exemplo dos caras de Stonewall. Aquilo era luta por direitos civis de verdade.


Não sou nada homofóbico. Não gosto de homofobia. Nem heterofobia. Nem de pasteurização de pensamento. Também não gosto de gente enrustida em seus armários ou "bichisse extrema e desnecessariamente afetada" que condena qualquer ato hetero como homofobia. O cada um faz é de seu direito, escolha, preferência ou determinação genética. Pouco importa. Desde que as claras. E entre adultos. E tão chato quanto um Pastor Conservador segurando a munheca e tentando bancar o "machão" vociferando idiotices, é alguém condenando quem pensa diferente. Ou uma piada mais tosca. Como um ato de "homofobia". Detesto patrulhamentos. São dois lados da mesma moeda chamada idiotice.


E enrustidos, os caras lutaram, correram risco em Stonewall. Para que vocês não precisem ser enrustidos. O mínimo que vocês tem que fazer é saírem de seus armários. Por dignidade e transparência. Aos homofóbicos que conseguiram passar do analfabetismo funcional, vejam o documentário sobre Stonewall. É da PBS. Coloquei o link aqui.


Documentário Stonewal On line PBS

terça-feira, 28 de junho de 2011

Encontros na Padaria

Pensando no sabor dos suspiros do Mei Ji (uma lojinha que tinha no Leblon duas décadas passadas, não me recordo se a grafia era esta. Ficava ali na Ataulfo de Paiva entre João Lira e Bartolomeu Mitre) e, por estas coincidências, aconteceu algo que cada dia é mais raro. Encontrar ex amigos perdidos para o tempo. A culpa de não mais se repetir estes encontros inusitados? Das redes sociais. Pois mesmo que não queira, ou não adicione, vemos os amigos e amigas que não mais encontramos. Acompanhamos sem surpresas seu envelhecimento.


Encontrei esta amiga. Ela em trajes quase "chassídicos". Soube que ela esta morando fora do Brasil. Preferi não entrar em detalhes. Talvez pelo protocolo da intimidade perdida. Ela disse que eu estava muito bem. Eu retribuí o comentário. Falamos de filhos. Ela 3 a 1 comigo. E de como o tempo voa. Ela me falou que se lembrava muito de mim com a mesma música, (que eu confesso não lembrava do fato) , a do Richie Havens. Agradeci. E por educação, também lhe dei uma música de presente. A da banda que ela era alucinada. Madness. Ela se emocionou com a minha lembrança. Falei para não se emocionar, pois minha memória se lembrava até do suéter verde que seria conveniente não lembrar. Ela riu com os olhos. Fez o olhar fugidio, arisco e olhou para o chão. Por um instante ali estava a adolescente do passado. Não trocamos telefones. Nem email. Nem profile de Facebook. Trocamos apenas canções. Peguei a Focaccia. E segui. Como se encontrar com ela fosse a coisa mais natural do mundo.


Um encontro fugaz. Meio túnel do tempo. Com gosto bom e doce como os suspiros que eu estava pensando.



segunda-feira, 27 de junho de 2011

Passividade Brasileira

Não vou entrar no debate retórico de privatização ou estatização. Isto já foi superado. Prefiro focar no funcionamento e inoperância. E alguns serviços públicos no Brasil são vergonhosos para um País que ambiciona vôos de qualidade.

Prefiro não citar educação, que junto com logística/infraestrutura será o gargalo que evitará que o Brasil seja grande no tempo que poderia ser. E educação não é apenas o "education", que temos índices vergonhosos, mas noções de cidadania, política e convívio. Caso contrário estaremos criando o "Brasil, País de Bárbaros". No pior tipo de barbaridade: a falta de educação de classe média emergente, que resolve repetir os erros, no estilo ex dominado imitando o dominante. Vou falar apenas de uma empresa, a Light, que fornece energia para a Cidade do Rio de Janeiro e serve de exemplo de péssimo serviço prestado. Falta de respeito com o cidadão e falta de cobrança do poder público.

Começamos a tolerar não apenas a falta de luz, mas bueiros explodindo. Isto é uma vergonha. No melhor estilo pomposo e exagerado do Boris Casoy Vergooooooooonha. E o pior é a nossa leniência e tolerância. Se houvesse a clara distinção entre público e privado, fundamental para uma economia de mercado, uma empresa como a Light já teria sua concessão cassada. E não culpem problemas anteriores, gestão anterior etc e tal. Quando se compra uma empresa, compra-se passivo e ativo. Incluindo aí os problemas. Também não coloco esta culpa apenas no atual Governo. Isto vem de uma tradição de um País sem transparência e sem a distinção do que é público, o que é privado e qual é o real papel das agências reguladoras.

Sei que bueiros que explodem como minas terrestres, dá vontade de denunciar a Light na ONU. Pois parece que por aqui o MP anda muito light com a Light. E a Assembléia Legislativa fica em silêncio. Só nos resta a ONU.

Por mais que usemos o humor, de dizer que quem tem Light não precisa de Al Qaeda, que o carro da Light mete mais medo que o Caveirão, que vamos denuncia-la na ONU por uso de minas terrestres, o assunto é sério. E cabe a imprensa ou a sociedade civil cobrar providências.

Minha sugestão de Mundo Ideal, é que todos os serviços prestados no Rio fossem cassados "a bem do serviço público" e alvo de licitação internacional. Exemplos? Barcas S/A, Metrô, SuperVia e, é claro, a Light... Abrindo uma caixa preta. Deixando empresário ganhar dinheiro, claro, vivemos no capitalismo, mas que entregue serviços dignos a quem paga por isto. E não com esta tipo de parceria entre o ente público e privado que parece perpetuar a ineficiência dos piores serviços estatais do passado e a falta de transparência das empresas privadas do mesmo passado. Garanto que um bom escritório de advocacia, junto aos Procuradores e MP descobrem possibilidades jurídicas deste tipo de ato. Sem arbitrariedade. Sem violação do Estado de Direito ou da Segurança Jurídica.

Se isto não partir de nossos Governantes, uma postura forte de cobrança de melhora dos serviços da Cidade, agora que o Rio é foco da imprensa internacional, em breve este tipo de cobrança não virá de um blog, do O Dia, do O Globo,do RJ TV... mas sim da The Economist, do FT Financial Times dentre outros.

Não tem esquerda. Não tem direita. Não tem privado. Não tem estatal. Pouco importa se o pato é macho. A população quer o ovo. Aliás, o omelete.


Alguns links para lembrar da Light e suas minas terrestres:




domingo, 26 de junho de 2011

Um Rio "europeu"

Se existe algo que me remete a diversas Cidades Européias, diversas mesmo, é a presença do letreiro em forma de "Cruz" iluminado nas farmácias. Ok, se isto fosse feito em todas as farmácias Copacabana seria Las Vegas devido a quantidade de farmácias que pipocam nas ruas.
Mas esta Drogaria traz este símbolo universal de "Farmácia" que eu tão pouco vejo por aqui.

Glee

Eu realmente pouco vejo de TV. Aberta ou fechada. Tirante os canais all news que, por ser "news addict" eu deixo ligado me acompanhando CNN e Fox News.(Por sinal a Fox News é divertidíssimo, parece que conseguem dar espaço a todos os "Bolsonaros" americanos).Mas, os filhos nos atualizam em muitas coisas. (Se deixar a sua mulher lhe atualizar você acaba sintonizando no GNT, um Canal que para quem tem a combinação de testosterona neurônios é impossível de assistir).
Glee, um seriado bonitinho, que minha filha adora, eu as vezes deixo rolar. Antes que os puristas falem algo, um programa que coloca as mentes com menos de 10 anos para ouvir AC/DC deve ser louvado. Ainda que seja uma versão "farofa/palha". Mostra que o Rock and Roll, assim como as tatuagens, saiu da galera do fundão. Virou pop.