Apresentação do Estado da Bahia como Sede da Copa no Projeto Goal to Brasil em Paris
Fui criado desde cedo aprendendo a respeitar todas as culturas. Esta bênção de ser brasileiro e ser ninado ou com "Over the Rainbow" ou "Meu Pai Oxalá". Esta mistura que a classe média obtusa brasileira se envergonhava, é um dos diferenciais do Brasil.
Com esta visão de que não existem culturas superiores, mas sim diferentes eu fui criado. E assim permaneci. Em tempos de globalização com o Euro, sim pois sou do tempo de viajar pela Europa com Escudo, Peso, Franco, Marco, Dracma, Lira...(Ah, da Lira eu sinto falta, aqueles bilhetes com muitos números e coloridos, divertida como a Itália.) Bem, nestes hábitos de velho, ainda mantenho alguns. Exemplo: meu porta moeda de viagem é uma caixinha redonda de filme. Será que alguém ainda se lembra da caixa de filme , película para máquina fotográfica? (Que se torna uma raridade, pois hoje é tudo digital) Aquele hábito carioca de tirar fotos e mandar fazer o "contatão" das em branco e preto no Honório em Ipanema. Saudosismo a parte, o Rio de Janeiro vive um momento único.
Conversei com uma boa quantidade de jornalistas. A proposta da UPP foi algo realmente que funcionou de prático e de imagem. E segurança é sim um problema também de percepção. Por mais que em diversos momentos a imprensa tenha confundido desejo com realidade, a filosofia UPP foi um dos maiores acertos ocorridos neste País nos últimos 50 anos. E com inclusão social vem o mercado consumidor. E eu vejo os amigos mais esquerdistas vendo índices de consumo como indicador social. O que é benéfico. O Brasil é um mercado gigante potencial. E assim estamos sendo vistos pelo Mundo.
O que faz o Brasil despertar este desejo não é o dinheiro do Eike Batista. Não é o dinheiro dos nossos milionários, não é a riqueza do Pré Sal, não é a Petrobras, mas sim um mercado potencial enorme de pessoas comuns. Agregado ao charme, sim o charme do Rio. O Rio é o destino da moda. Inegavelmente. Sempre na torcida para que este crescimento seja estruturante e que ajude a romper as ainda existentes barreiras da desigualdade social e de problemas graves de infra estrutura. Não só para o Rio, mas para todo o Brasil.
Mas falemos da França. Longe de falar mal da França, Dona Odette Gissy, minha professora de francês dos tempos de criança me daria uma bronca, já que ela me considerava um dos mais francófanos de seus alunos por conhecer Rabelais e Moliére. Mesmo que Paris tenha se tornado um destino tão óbvio, uma espécie de Disney para quem quer dizer que foi a Europa, ainda assim, Paris tem seu charme e como disse no início que temos que compreender culturas, assim entender que a falta de apreço pelo banho dos franceses vem da mentalidade rural desta País. (Sempre falava isto e encontrei em Paris uma brasileira residente que divide a mesma opinião).Um país que teve seu peso agrícola muito forte, e ainda tem, vide as lideranças anti trangênicos dos pequenos produtores que fazem uma grande luta, e que tem meu apoio. Assim eles não tem o hábito e o gosto que nós, um pouco índios que somos, temos pelos dois banhos diários. Mas vamos falar uma verdade, eles são piores de filas que nós brasileiros.
Falando especificamente de Paris. Por ocasião da Rio+20 a imprensa criticava a falta de quartos de hotéis no Rio, pois bem, eles estavam fazendo falta em Paris. Com alta nos preços. Em pesquisa realizada pela FSB foi comentado os problemas de internet no Rio, pois os mesmos problemas aconteceram em Paris por ocasião simultânea de 3 eventos que juntos não davam nem um terço da dimensão de um Encontro como a Rio+20. Mas nós brasileiros herdamos dos nossos ancentrais portugueses o excesso de senso crítico com nós mesmos. E preferimos achar que o errado só acontece no Brasil.
E antes que falem se estamos preparados para organizar grandes eventos, bem, todos os anos realizamos o maior Carnaval do Mundo. Então somos vocacionados para grandes eventos no nosso DNA. Não é ufanismo, é fato.
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