sábado, 12 de fevereiro de 2011

Coisas que se perdem para o tempo


Eu tentei explicar para minha filha o que foi a Company nos anos 80. Ela era muito mais que moda praia. Foi uma marca tão a frente do seu tempo que acreditava em Jogos Olímpicos no Rio quando as pessoas ririam disto. A marca traduziu o life style carioca de forma verdadeira e natural. Coisa que Lenny e Osklen tentam. Algumas vezes conseguem, mas não da forma natural que a Company conseguia. Motivo? A Company era absolutamente despretensiosa. Enquanto Lenny e Osklen - com todo o direito - sonham em "dominar o mundo". Algo que não combina com o "carioquismo".

Todo mundo que viveu no Rio nos anos 80 teve uma peça de roupa da Company. Nem que fosse a mochila que você levava os livros do Colégio ou o horrendo Nauru.

A Company não era apenas moda praia. Tinha estampas que eram obras de arte. Era engajada na medida do possível. Falava de ecologia quando era apenas uma tendência. Fazia camisetas sem pelasaquismo, mas com o apelo consumista natural. Patrocinava eventos de surf, equitação, wind, skate. Era a marca que fazia do Rio a nossa vocação californiana, de contra cultura, mas ao mesmo tempo mass media.

A Company foi a marca que acreditou no Rio que estamos vivendo hoje. Por isto, sem saudosismo, obrigado a cada pessoa que consolidou aquela marca. E uma sugestão : Medalha Pedro Ernesto a esta marca, que não mais existe, mas merece um destaque. Ou uma homenagem num dos Fashion Rio da vida.

A foto é ilustrada por outra marca que era a cara dos anos 80. Que eu pensei que não existia mais. Porém ainda existe. A Elle et Lui. Mas quem ainda usa roupas da Elle et Lui? Alguém que vai a uma festa anos 80?

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