A França sempre foi presente pra mim. Os "recuerdos" espalhados pela casa de vó, os discos de Aznavour do pai e aulas de D. Odette. Uma senhora francesa e ruiva que me alfabetizou no colégio com Rabelais. Bem, nunca fui francófano. Admito. Nunca morri de amores pela cultura francesa. Apesar de gostar da culinária normanda. Saber francês garante pedir um bom prato e bancar um ar um pouco pernóstico e quase afeminado.
Mas mesmo sem morrer de amores, sempre tive a França e Paris por perto. E depois de tantas idas e vindas, algumas delas por culpa da Varig com suas insistentes escalas em Paris, eu fui curtindo um pouco mais da Cidade Luz. Já consegui me espalhar por quase todos os arrondissements. Cada vez me hospedava em um. Já fiz Paris a pé. De bicicleta. De carro.(Em alguns momentos com vontade de atropelar os ciclistas). E, é claro, de metrô. Andar com aquele prazer de caminhar quase como um local, conhecendo as ruas como se estivesse em Copacabana, apesar de ainda embrulhar o pão no papel e insistir em mostrar que sou brasileiro e não um gringo de outra origem.
Lembro de dois filmes que via dia sim, dia também ainda em VHS, "As loucas aventuras de Rabi Jacó" e "O dia do Chacal". Os dois ambientados em Paris, transformaram a cidade em algo corriqueiro para mim. Fora o Louvre, que antes de vê-lo pela primeira vez aos 20 anos, eu já conhecia. Graças aos trabalhos de Dona Odette. Então não era uma Cidade que eu descobria, eu apenas vivia o que já tinha vivido nos livros, discos, fotos e filmes. Emocionava a presença, não a descoberta.
Em Paris comecei um casamento. Muito tempo depois, tive a certeza do fim dele também. Sem tramas ou dramas. Depois, um teste: uma nova chance. Uma nova história sendo escrita diretamente daquela Cidade. Vi minha filha zombar da Gioconda, com a acidez de humor que se faz necessário a quem merece um sorriso pela inteligência. Então, no Ano da França no Brasil, que está quase chegando ao fim. Viva Paris.
Acredito que a Place des Vosges fica aqui na minha esquina. E que fumo um Cohiba e bebo Calvados , sem ninguém me incomodar. E continuo invicto sem ter ido a Versailles.(Mas isto eu não conto pra ninguém)
No título, parodiei Win Wenders.
Paris, France
France has always been present to me. The trip gifts and goods around the house of grandmother, the Aznavour in father's songs and lessons by Madam Odette. A French lady with the big red hair who taught me the A B C with Rabelais. Well, I was never francophone.I never fall in love with French culture. Ok, I love Normand Recipes and Cuisine. If you know French , you can ask a good meal and pay for a air a little pedantic and almost effeminate.After so many trips to Paris, some fault with our deceased Varig , wich repeated stops in Paris, I was enjoying a little over the City of Light. I have managed to spread almost all the arrondisements . Each time I stayed in one. I've done Paris on foot. Cycling. By car. (At times, willing bypass or to run over cyclists). And, of course, the subway. Walking with that pleasure to walk almost like a place, knowing the streets as if in Copacabana. I still wrap the bread in paper and insist on showing that I am Brazilian and not a foreigner from another european country.
I remember two films , I saw many times, also still on VHS, "The Adventures of Rabbi Jacob" and "The Day of the Jackal". The two set in Paris. Transformed the city into something commonplace for me. Outside the Louvre, before seeing it for the first time at age 20, I already knew. Thanks to the "Dona Odette's homeworks". Thank you very much indeed, Madam Odette. So it was a city that I discovered, I just lived what he had been in the books, records, photos and movies. I had seen. I already knew. Now, I lived. Just this.
In Paris got a marriage. Later, 10 years, I was sure the end of it too. Without drama. In Paris last year, a test: a new chance. A new history being written directly to that city. Thank you Paris. The romanti City. I saw my I saw my daughter make a comment with verve about The Gioconda. With the acidity of humor and inteligence that is necessary to who deserves a smile. 2009 the Year of France in Brazil, which is almost over. Viva Paris.
I believe the Place des Vosges is here in my corner. Yes, is nearest. I smoke a Cohiba and drink Calvados, without anyone bothering me. And I'm proud of never having gone to to Versailles. (But this I did not tell anyone)
I parodie this title - Wim Wenders, of course.
Um comentário:
I love Paris!
Nath
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