quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Politicamente correto é um saco


Atire a primeira pedra quem nunca ficou tentado em parar nas vagas destinadas aos deficientes num estacionamento lotado? Quem, levemente, sem que ninguém notasse resmungou em função destas, mais que justas, vagas?

Ou quem, no seu íntimo, não achou uma bobagem condenar alguém por ter chamado um homosexual de bichinha? Não se trata de legitimar a homofobia, algo realmentedetestável, mas sim a liberdade de zoar. Chamar uma L de "Sapa", "lixa na língua" não ofende. Chamar um gay de "peroba", "boiola" não se configura um crime. Ninguém está sendo necessariamente ofensivo. Apenas zoando. Assim como se zoa o feio, o gordo, o chato, o botafoguense, o flamenguista, o palmeirense e, é claro, o vascaíno.

Você não zoa um botafoguense intenso? Então? Temos obrigação de respeitar a essência do ser humano. E o deboche faz parte da vida.

Nunca me senti ofendido de ser chamado de "heterosexual" ou de "braquelo". Somos todos iguais. E assim deve ser.

Outro dia queriam processar o Maurício de Souza por brincar com o comportamento sexual diferenciado de um personagem dos quadrinhos. Chegou ao extremo.

Parece que andamos na contra-mão da história. O politicamente correto ao invés de proteger, acaba por ainda mais segregar. Por criar uma proteção falsa ou oportunista que em quase nada defende os direitos de quem tem opcões que um dia foram diferenciadas.


Nada mais preconceituoso que o excesso formal de respeito, inserido numa rotina falsa de comportamento. Onde publicamente falamos uma coisa, e ,no nosso íntimo, falamos ou pensamos outra.


Sejamos sinceros. Normais. Vamos viver e deixar viver. Cada um na sua.
E sem estas frescuras do politicamente correto.

Um comentário:

Renato Alt disse...

O problema é que o politicamente correto é quase sempre hipócrita. E mais: nos faz atentar para questões que nem passariam por nossas cabeças.
Depois não entendem porque vivemos numa sociedade de neuróticos.