domingo, 11 de setembro de 2011

9/11 - O "Onze de Setembro"


Talvez na nossa geração seja a "Morte do Kennedy". Tipo onde todos se lembravam em qual local se encontravam quando souberam da notícia. Mas com certeza deixou mais sequelas no Mundo que a morte do marido da Jacqueline Kennedy Onassis. Se a morte do Presidente americano tirou a América da inocência. 0 11 de setembro instaurou a paranóia no Mundo que achava livre da paranóia pós Guerra Fria ou calma e ocaso do IRA e ETA.

Lembro exatamente. Saí da agência rumo a produtora para ver um filme que estava sendo editado. Estava com o Mavi Soares. No carro sintonizamos numa rádio All News. Na CBN o locutor, se não me engano o Carlos Alberto Sardenberg, fala "Neste exato momento uma das Torres acaba de desabar". Comentei com o Mavi : "Como esta gente de rádio dá um tom dramático exagerado". E zombamos.

Ao chegar, a TV da produtora sintonizada na CNN. Não parava de repetir a queda da torre. Olhava para as pessoas. Todas estavam literalmente de boca aberta. Eu pela primeira vez entendi a expressão "Queixo caído" ou "De boca aberta". Não era figurativo. Todos estavam atônitos.

Então no dia que o mundo ocidental viu seu irmão mais velho apanhar na escola, todo mundo se lembra aonde estava. E a prova que influenciou nossas vidas, eu tive na pele uma, ao chegar em Orlando, acho que vindo de Londres, em fevereiro de 2002. Agentes me levaram até o hotel. Ter passaporte com entrada em País árabe? Será que era isto? Era paranóia? Era zelo criterioso para proteger uma Nação, um povo? Mas o mundo inteiro foi influenciado pelo 11 de setembro. Vide que os talheres dos aviões, a paranóia contra a entrada de líquidos na bagagem de mão, os scanners(agora o de corpo inteiro) e tirar os sapatos no raio x. E Nova Iorque, bem, com sensibilidade, Nova Iorque nunca mais foi a mesma. Não perdeu seu brilho, mas nunca mais foi a mesma.

Pelas vítimas, mais que um minuto de silêncio. Todas as vítimas inocentes merecem uma reverência contra a estupidez humana. Assim como Guernica, Hiroshina e Nagasaki. As vítimas do ataque do World Trade Center não foram vitimadas pelo "mundo árabe". Foram vítimas da ignorância do ser humano. Não foi de uma forma silenciosa como acontece com a fome na Africa, as doenças no Terceiro Mundo ou as vítimas dos dinheiros desviados em corrupção. As vítimas inocentes do 11 de stembro foram vítimas de uma cena de espetáculo. Elas merecem nosso ato de contrição em valor a vida.

Eu e Sofia vimos ontem do documentário "O Equilibrista/Man on Wire" que conta a genial façanha de Phillippe Petit. O cara além de ser personagem do mais bem editado filme publicitário da marca de uísque mais vendido no mundo, é personagem de um delicioso documentário. Eu, apaixonado que sou pelas estradas que levam ao nada, amei. E ilustra este post. Prefiro quando a estupidez humana levanta façanhas inúteis e românticas como esta louca travessia por cabos entre as duas Torres.

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