Uma manhã de sábado em Copacabana. Sábado chuvoso. Saudade de ler crônicas de Rubem Braga. Paulo Mendes Campos. Fernando Sabino. Mas em especial, Rubem Braga. Não sei se a crônica é brasileira, como alguns amigos dizem. Mas sei que a mesma é uma delícia. Parece escrita com a oralidade da falta de compromisso. Com a seriedade de não se levar a sério. (Da mesma forma que este post não ambiciona nada, nem mesmo ser uma crônica.)
Algo bem a cara das novas mídias e das pessoas apressadas.
Como se a pressa no texto fosse medida em caracteres escritos, quando na verdade ela é representada pelos caracteres suprimidos, que gera muito mais tempo para quem escreve. Mas hoje, ainda na manhã, diante de uma chuva insistente. Um passeio por Copacabana. Nem sei exatamente o que eu tinha ido fazer pela manhã. Eram coisas de vida terrena. Coisas que em geral as pessoas fogem de fazer aos sábados. Mas acordei energizado e decidido. Fiz tudo o que tinha que ser feito. Depois de realizado os prazeres e os gostos. E os deveres e as responsabilidades. Exatamente nesta ordem, afinal, hoje é sábado. Eu resolvi deixar olhos calmos para o tempo que não tem calma, nem clemência. Olhei Copacabana e suas ruas internas. A certeza que estamos diante de um bairro que nunca surpreende. Nunca surpreende pelo simples fato : a surpresa é a rotina de Copacabana. No caos urbano que ampliou com o passar dos anos. Um bairro que mais parece um Centro da cidade jogado dentro de uma praia e espremido pela montanha. Copacabana não surpreende, é verdade. Mas se não me surpreende, me remoça a cada dia.
sábado, 17 de julho de 2010
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