Artigo publicado hoje no jornal O Dia.
A expressão "Choque de Ordem" pode não ser a cara do Rio. Mas a necessidade de sua existência, sim.
A Cidade precisa de um ordenamento? Claro. Algumas medidas do tal "Choque de Ordem" são necessárias? Evidente. Algumas são um excesso? Pode ser. O importante foi que, culturalmente, o hábito nocivo do "jeitinho" começa a ser exterminado. E a própria Sociedade pauta e fiscaliza os eventuais excessos cometidos pelo "Choque de Ordem". E cabe um elogio ao Prefeito Eduardo Paes. Sempre que as medidas foram extremadas, burocráticas de um tecnicismo excessivo ou contrariaram a essência carioca. Sempre que a Sociedade repudiou, ele teve a coragem de vir a público. E modificar, em “cariocar” as medidas. Como por exemplo, a venda do côco e do mate em galão. Que foram de proibidas a novamente liberadas de uma forma rápida e indolor.
O "Choque de Ordem", se fosse rebatizado por um nome mais simpático, talvez tivesse uma aceitação ainda maior de toda a sociedade. O Rio, por mais que tenha mudado, ainda tem a sua alma "gauche" e o nome "Choque de Ordem" remete a um estado policialesco que não combina com a tradição da nossa Cidade. Algo como “Rio Legal” poderia ser bem mais interessante para esta segunda fase. Onde vícios e maus hábitos já foram confrontados.
O Grande mérito do Choque de Ordem é na esfera do conceito: combater o "jeitinho" e celebrar o jogo de cintura. Afinal , como já foi dito, "o futuro não é mais como costumava a ser". Seremos palco dos dois maiores eventos esportivos do planeta. Devemos estar preparados. Usando a frase de Guevara,devidamente adaptada,uma dica: "devemos endurecer, mas sem perder o carioquismo jamais". O Rio é uma Cidade única. E assim deve ser tratada.
Guto Graça
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