quinta-feira, 25 de junho de 2009

Copacabana

Vinte anos e  retornei a Copacabana. Parece realmente que nunca saí por completo daqui. Sempre uma desculpa para fazer algo no bairro. Manter um escritório. Um ateliê... 

O trabalho ou a arte era mera desculpa para ficar perto de Copacabana.


Sempre foi algo quase religioso para mim. Nada de referência ou de lembranças, isto é apenas um detalhe. Copacabana é a minha tradução. Como se um bairro pudesse ser o alter ego de alguém.


E Copacabana foi sempre algo mais: a encarnação de algo para se amar. De uma imperfeição terrena que a torna sacra.


E nestes 20 anos alguma coisa mudou. Muito pouco.


O que?


Os idosos se multiplicaram. 


Vi cães em profusão. Dos meus favoritos, como os huskies,  aos da moda, o french bulldog.


Voltei a praça de infância. Agora com uma estação de metrô por baixo. Que modernidade!


Vi também o "barraco" de duas prostitutas que passionalmente brigavam pelo amor uma da outra. E não pelo amor de um cliente. Que modernidade!


No mais, Copacabana continua como sempre. Uma espécie de nossa Manhattan sem o business, sem la plata, mas ainda assim  melhorada.


Eternamente decadente. E maravilhosa.

Copacabana é verso e prosa.

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